quinta-feira, 5 de junho de 2008

Perseguidos pela consciencia



Um dos últimos temas abordados na aula foi o desenvolvimento sustentável. É daqueles temas típicos de final de aulas, que vêm normalmente a seguir ao fim dos testes (este não foi excepção) e que poucos ou nenhuns alunos prestam um mínimo de atenção.

Admito que não é dos temas que me chamem mais à atenção quando se trata de os estudar obrigada, mas de certa forma (apanhei esta expressão de alguém que a está sempre a usar, e parece vão ter que levar com ela muitas vezes agora...), é um tema que, além de bastante actual e bastante preocupante, envolve uma grande cultura geral e capacidade de associar o que vemos na televisão a acontecer com a teoria estudada.

Não sou das pessoas que mais televisão vê, nem de longe nem de perto. Normalmente estou tão cansada de usar a cabeça a essa altura do dia que simplesmente a pouso em cima da almofada para descansar enquanto vou jantar. No entanto, não deixa de ser curioso como frases soltas ouvidas entre o bater de talheres e o mastigar a sopa começam de repente a fazer tanto sentido.

"Greve dos pescadores começa a ser sentida nos restaurantes de todo o país".
Os pescadores portugueses, espanhóis e italianos prosseguiram hoje o seu movimento de "greve ilimitada", iniciado sexta-feira para protestar contra o aumento dos preços do gasóleo, enquanto que na França a maioria decidiu retomar o trabalho.

"Buzinão contra o aumento dos combustíveis"
Nesta Segunda feira de manhã, o buzinão regressou à ponte 25 de Abril.
Milhares de condutores buzinaram contra o aumento dos combustíveis e as portagens na ponte 25 de Abril. O protesto foi convocado pela Associação Democrática de Utentes da ponte.
Num cartaz podia ler-se "Buzinão contra o aumento do preço dos combustíveis". A maior parte dos condutores aderia ao protesto e buzinava.

"Aumentos do preço do petróleo desde 2004"
O preço do petróleo crude no NYMEX estava abaixo dos 25 dólares por em Setembro de 2002, mas em Agosto de 2005 já tinha subido para mais de 60 dólares por barril, e chegou a transaccionar-se a mais de 80 dólares antes de fechar num máximo de 79,91 a 12 de Setembro de 2007.
O preço do barril de petróleo tem batido sucessivos recordes nos mercados internacionais sendo o último máximo um valor acima dos 132 dólares.



Apesar de não ser o escândalo do petróleo o único caso de má gestão de recursos, é aquele que mais polémica tem causado nos últimos tempos. O preço do petróleo sobe, as pessoas revoltam-se, temem pelo futuro.

De facto, se continuarmos a viver do mesmo modo que temos vivido até agora, no ponto de vista do consumismo, dentro de poucos anos não teremos condições para satisfazer as nossas necessidades básicas. E quando falo de necessidades básicas estou-me a referir, não só a alimentação, mas também a prioridades como ter um ar respirável, um solo minimamente em condições para se viver em cima dele, uma água que mantenha os níveis de pureza suficientemente bons para ser considerada potável (pode-se, claro, ir mudando os índices de avaliação da pureza da água em função das conveniências...)


Diz o meu livro de biologia que desenvolvimento sustentável se consegue quando se gerem os recursos de forma a podermos usá-los para satisfazer as nossas necessidades sem comprometer a sobrevivência de gerações futuras.

Ou seja, basicamente tudo o que nós temos que fazer é "comer mas deixar no tacho para quem aí vem". Parece relativamente simples. Funciona desde que a Humanidade se lembra, e talvez seja precisamente aí que reside toda a questão. Diz-se que é falacioso achar que, se o sol nasceu todos os dias até agora, amanhã também há-se nascer. Pois também não devemos achar que, se os recursos chegaram até agora, também iremos ter sempre uma árvore mais à espera de ser cortada, bem como um peixe já com a boca aberta para morder o anzol.

Não quero parecer moralista, nem nada do género. Apenas constatar que talvez tenham sido precisos 12 anos a falar do mesmo para me aperceber que, mais do que matéria de final do ano, cansativa e excessivamente "palavrosa", o Desenvolvimento Sustentável persegue-nos por algum motivo. E não vale a pena querer fechar os olhos à verdade. Ela "caminha por seu próprio pé ao longo da História".

É preciso agir. Portanto, amanhã faço as malas para partir para os EUA e dissuadir o nosso caro amigo George Walker Bush Jr. a assinar o protocolo de Quioto. É o que chamo de agir localmente, ou in loco.


Cumprimentos

alcunha


Ajudinhas
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/nacional/economia/pt/desarrollo/1126015.html

http://sic.aeiou.pt/online/noticias/mundo/20080531+Maioria+retoma+trabalho+em+Franca.htm

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