terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Por onde fugiram as borboletas do meu estômago?
Ou será que as digeri?

domingo, 5 de outubro de 2008

Cansaço





O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...


Álvaro de Campos

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Portugal foi lesado,

em mais de 6 milhões de euros! Espero que haja protestos! Aqueles dois brasileiros que assaltaram o BES levaram 2 tiros por muito menos! Este é o momento do roubo:



Que se faça justiça!

Habitantes da Lapa recebem habitações sociais!

Através desta ligação vão aceder ao site da RTP onde podem ver a tentativa frustrada da câmara de Loures em realojar moradores da Lapa em habitações sociais, pelos menos é o que me dá a entender a senhora que verborreia uns impropérios quaisquer perto do fim da peça.

Nem imginam os adjectivos que me subiram à mente, e que atribuí à tal personagem, quando pela primeira vez vi este vídeo na RTPn, mas tive de rever na net para finalmente cair em mim de incredulidade.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O Conflito Caucasiano!

A Geórgia é uma Republica com cerca de 4 milhões de habitantes, umas das várias que se formaram com o fim da União Soviética e o seu consequente desmembramento.

Desde o seu início, aquando da sua independência, que existem territórios com intenções separatistas abarcados pelas fronteiras da Geórgia, a tão badalada Ossétia do Sul e a Abecasia. Territórios esses onde habitam milhares de cidadãos com nacionalidade russa, e escusado será dizer que o governo russo desde sempre apoiou as intenções separatistas desses territórios, pois também os russos acusam a Geórgia de apoiar os separatistas chechenos.


O governo georgiano, com o intuito de evitar mais conflitos separatistas com esses territórios, envia os seus exércitos, que começam, deliberada e arbitrariamente, a eliminar tudo aquilo que lhes fazia oposição, sendo mesmo acusados por organizações internacionais de não respeitarem os direitos humanos, uma vez que disparavam sobre alvos civis, escolas e hospitais ossetas.

Com isto, milhares de civis russos que lá se encontravam foram atingidos directamente pela ofensiva georgiana que fez mesmo algumas vítimas entre os muitos militares russos lá estacionados ou então que se encontravam nas redondezas. Esses soldados estavam estacionados na zona ao abrigo de um acordo alcançado no início dos anos noventa. Acordo esse que foi na altura mediado pelos russos, com o intuito de acabar com os confrontos entre georgianos e ossetas aquando do desmembramento da União Soviética, acabando por ditar a integração da Ossétia do Sul na recém formada república da Geórgia com a presença de forças de manutenção de paz russas na região até aos nossos dias.

É importante termos conhecimento de que o actual presidente georgiano foi criado e formado nos Estados Unidos da América, sendo um líder pro-ocidental. O que fez com que os EUA utilizassem a pequena Geórgia como ponta-de-lança para ferir o orgulho russo.

Obviamente, o governo russo contra atacou e invadiu esses territórios separatistas georgianos ao abrigo do argumento de que estavam a proteger cidadãos russos, e ao mesmo tempo aproveitaram para proteger interesses económico-políticos russos na região, bombardeando o único oleoduto que vai dos campos de exploração do Azerbaijão para a Europa sem passar por território russo. Este atravessa a Geórgia e vai terminar no porto turco de Ceyhan, libertando assim a Europa do jugo russo no que a petróleo diz respeito, o que evidentemente não está nos planos russos. Os georgianos dizem que o oleoduto não foi afectado. Agora sim faz sentido ver os EUA nesta embrulhada - o petróleo - e não simplesmente o facto de querer ter uma base militar no quintal dos russos.

Após a ofensiva russa, a União Europeia tomou diligências em conjunto com os EUA para se chegar a um cessar-fogo e um consequente acordo de paz entre a Rússia Geórgia e territórios separatistas pro-russos como a Abecasia e a Ossétia do Sul. É claro que agora já era tarde e os russos não se iam simplesmente embora, sem mais nem menos, sem demonstrar o seu poder, após serem deliberadamente atacados por forças georgianas com o total apoio dos EUA.


E para isso a Rússia está neste momento no seu parlamento a declarar o seu reconhecimento das regiões da Abecasia e Ossétia do Sul como nações independentes. Uma espécie de vingança contra o facto do Montenegro se ter tornado há pouco tempo independente da Sérvia através dum presidente pro-ocidental, afastando mais um território da esfera do poder russa.

Em suma, neste momento o governo russo está a esfregar as mãos de contente por tudo o que se está passar, pois deram-lhe pretexto para isso, uma espécie carta branca dada infantilmente pelo presidente georgiano Mikheil Saakashvili com o ilusório apoio dos EUA. O ocidente vai indubitavelmente declarar que este reconhecimento de independência russo para com estas duas repúblicas é uma violação do direito internacional, pois não querem perder territórios para o controlo russo, mas depois do que se passou em Montenegro não têm moral para o fazer, embora na política internacional a moral não tenha grande peso.

Não posso deixar de estar do lado dos russos neste caso, lamentando todos os afectados pelo conflito, mas não posso deixar de estar aliviado com o facto de haver alguém a fazer frente aos interesses imperialistas e subjugadores dos EUA. Pode ser que agora deixem de querer dominar tudo e todos debaixo da sua alçada, e não se metam onde não são chamados, pois o mundo não é dos EUA, embora o queiram fazer parecer. E graças aos EUA a às suas políticas internacionais quem sofre agora são os inocentes civis, georgianos e ossetas, que sentem na pele o conflito armado.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Os Jogos Olímpicos.

Um tema tão actual não podia ser preterido por outro tema qualquer, e é isso mesmo que eu não irei fazer.

• Os jogos olímpicos foram acolhidos por um país que se desenvolveu desenfreadamente nos últimos anos atingindo níveis de desenvolvimento nunca antes vistos na sua história.

• Ao nível populacional encontra-se à data dos jogos mais populoso do que nunca.

• Tecnologicamente atingiu a maioridade, sendo um dos países mais avançados do planeta.

• Mesmo em termos bélicos tornou-se num país temido.

• Possuidor de uma força trabalhadora impressionantemente produtiva e disposta a todo o tipo de sacrifícios para desenvolver a nação ao máximo.

• Anexou países vizinhos na sua história recente, o que não deixou a comunidade internacional indiferente.

• A forma despreocupada e aterrorizante como lida com os seus cidadãos, não dando qualquer importância aos direitos humanos e cometendo atrocidades indexadas de genocídios encapotados deixam a opinião pública mundial muito relutante.

• As policias políticas, a censura e a falta de liberdade de expressão que derivam de uma política mono partidária controladora de tudo o que se passa deixa os seus cidadãos sem opções e sem livre arbítrio em relação ao seu futuro.

• Tornou-se num país de segregados racialmente, optando assim por uma política de selecção racial do seu povo.

• O país faz, à data dos jogos olímpicos, uma demonstração de capacidade para os tempos vindouros, impressionando na organização dos jogos

• E até mesmo ao nível desportivo surpreendeu, tornando-se numa das maiores potências mundiais no que a conquistas de medalhas diz respeito, vencendo nesta edição o quadro geral de medalhas.

• O principal intuito do país organizador passa por mostrar ao mundo a sua superioridade megalómana, nem que para isso tivessem de gastar mundo e fundos.

• O mundo ignorou todos os sinais negativos que o país organizador dos jogos transpareceu.

• Um dos eventos olímpicos mais bem explorados a nível político de sempre.

Obviamente refiro-me aos jogos olímpicos de Berlim em 1936, seria impensável que de outra maneira fosse. Ou seja, toda e qualquer semelhança com Pequim 2008 é pura e simplesmente coincidência e mau para todos nós seria se fosse algo mais que isso.

Dia 2 no refrigerador!

São 4 da tarde e encontro-me, também por forças de maior, sentado numa qualquer esplanada na praia da Póvoa de Varzim. O meu plano era mesmo deitar-me ao sol a continuar a minha atenta leitura de verão mas o atlântico hoje decidiu não dar tréguas, e já chegou mesmo a estar a 6 metros do local onde me encontro. Mais um motivo para se adorar esta praia, a imprevisibilidade deste indomável oceano estragou os planos quer de banheiros (os senhores que têm como profissão alugar barracas) quer aos veraneantes que já alugaram as mesmas e assim deitaram dinheiro para a rua.

Numa fila com 15 barracas, as primeiras 6 já estão desocupadas devido à força das ondas, ainda bem que a barraca que me pertencia era a terceira, pois também já está bem encharcada.

Mas a malta jovem delira ao ver as ondas chegarem cada vez mais a Este, uma histeria colectiva originando sinergicamente com a forte radiação solar uma vontade de destruição da praia pelo mar….Incompreensível!

PS: mesmo agora, mais um recorde, esta última onde ficou apenas a 4 metros da esplanada, e consecutivamente, da minha mesa! Obrigando mais uma grosa de gente a levantar acampamento e seguir viagem. Espero que não avance muito mais, senão lá se vão os 1,20€ pelo Sumol de laranja que até me está a saber mesmo bem.

O regresso ao frigorífico!






Aí está o tão esperado dia 15 de Agosto, o início da segunda quinzena de Agosto, o mês por excelência para os portugueses tirarem uns dias de férias.

O país quase para, mas mal se nota a diferença.

Este ano, e por motivos de força maior – saúde (a minha mãe encontra-se em convalescença) – os meus pais tiveram que optar por um destino praticamente à porta de casa. Conclusão, foram parar a 60km de casa, àquilo que eu considero ser o Algarve do norte. A única diferença é mesmo a temperatura da água. Estou, claro, a falar da famigerada Póvoa de Varzim. Aquela cidade que só o é devido às dezenas de milhar de vimaranenses e cidadãos de outras proveniências que todos os anos compram férias e investem desmesuradamente em apartamentos neste árctico mais esquentado. Já não nutro grande paixão pelo Algarve, e fica bem mais longe de mim (o que me levaria a crer num sentido mais realista do termo “férias”), então a Póvoa de Varzim não me entra no goto nem com grande esforço. E não é por isso que deixa de ser caro.

Como só marquei férias para Setembro, aproveitei para, passados alguns anos, tirar uns dias de férias na companhia dos meus pais. Hoje, ao contrário do que os meteorologistas previam, (ainda vou dedicar uma dissertação cómica exclusiva para estes senhores) o sol raiou bem forte aqui na Costa Verde. Dei um passeio matinal pelo porto e avenida dos banhos acompanhado pela minha máquina fotográfica, e rapidamente constatei que, passados mais de 10 anos sem cá passar férias, tudo está igual, ou até mesmo mais degradado. Desde uma zona portuária inundada de lixo até aos carrosséis caquécticos, que fazem lembrar um país terceiro mundista, tudo contribuiu para uma surpresa extremamente desagradável em mim.

É claro que sou suspeito quando se trata de avaliar praias, e em particular as da Póvoa de Varzim, visto não ser nada adorador da prática da fotossíntese de forma alarve, muito menos quando as condições não se coadunam, a meu ver, com a prática balnear. Tenho pena que, em Portugal, férias continue a ser sinónimo de praia, mas isso já é outra história.

Continuando. Após o repasto deixei-me passar pelas brasas e só quando a tarde já caminhava a passos largos para o seu término é que me decidi a ir estender a toalha no areal junto ao resto da família.

Quando me instalei com a minha leitura entre mãos começaram a florescer como cogumelos vozes francófonas em torno dos meus ouvidos ainda mal habituados do sossego da sesta. O primeiro pensamento que me saltou à mente foi aquele célebre diálogo entre pai e filho emigrantes que vêm passar uns dias à terra:

Pai – Christian, tu vas a tomber!
Filho – Non, papa, non…. Aiiiiiii!!!!!
Pai - Eu não te disse seu filho da **** que ias cair!


Simplesmente hilariante de cada vez que me lembro!

Esta frase demonstra muito da mentalidade dos emigrantes portugueses em relação às suas origens. Quando vejo uma pessoa que emigra e, logo ao fim do primeiro ano, vem para cá já só a falar francês, tanto me dá a entender que é vaidade de já saber “falar” uma outra língua, como pode demonstrar que tem vergonha da sua língua nativa. E então quando vejo famílias inteiras de portugueses que sabem falar francês, ou outra língua qualquer, em simultâneo com o português nativo e relegam o português para segundo plano dá-me um desgosto imenso. É verdade que a grande maioria dos emigrantes são pouco instruídos, sendo então facilmente influenciáveis, mas isso não é desculpa para se ter vergonha das suas raízes e renegar publicamente aquilo que são. E pior é ver que os filhos já estão a ser ensinados segundo a mesma bitola e muitos mesmo já nem sabem sequer o que é a língua portuguesa. O que só prejudica, hipoteca e lesa a cultura e o currículo futuro dos filhos. Os pais deviam sentir-se envergonhados por isto acontecer, já que a culpa é toda deles.

Em suma, pelo que pude aferir hoje, a Póvoa de Varzim continua na mesma, mais prédio menos prédio e continua a não me despertar qualquer encanto. O regresso ao frigorífico consumou-se após vários anos de ausência sem qualquer tipo de remorso ou vontade expressa de cá voltar. A água mantém-se, sem surpresa alguma, fria, e a areia, invariavelmente desconfortável, e tudo aliado ainda ao facto de se estar demasiado próximo de casa e assim conhecermos imensa gente do nosso quotidiano.

Continuação de boas férias…

E se eu não tivesse escrito esta postagem?



Toda a gente tem que tomar decisões na vida. "Rosa ou azul?", "Calças ou saia?", "Dormir ou chegar a horas?".
Acontece que, não raras vezes, a decisão ultrapassa-nos. Nunca vos aconteceu verem-se perante algo que é extraordinariamente importante mas que, mesmo avaliando os pós e os contras, não parece ter propriamente uma resposta mais adequada?
Certamente que já. Ou então irá acontecer.
O meu problema aqui não se prende propriamente com o ter acontecido ou não, como devem calcular, mas com o modo como se deve lidar com tal situação. Devemos pensar, e pensar, e pensar, até que, após avaliados todos os factores que defendem ambos os lados, um resolva sobrepor-se ao outro? Devemos ser sempre racionais e científicos nas nossas escolhas? Ou devemos deixar que o instinto, muitas vezes confundido com esse belo e precioso órgão chamado de coração, tome a decisão por nós?


Não acredito em signos. Por alguma razão, tenho uma certa relutância em acreditar que as estrelas, aquelas bolinhas fofas de hidrogénio em combustão, controlem a nossa vida. No entanto, um dia fiquei pasmada quando o meu cabeleireiro se saiu com esta frase grandiosa "Tu és balança". Céptica, perguntei-lhe como tinha arranjado a saber a minha data de nascimento, ao que ele respondeu "Não é por isso. Gostas muito de ponderar todas as hipóteses e analisar as consequências antes de agir". Repare-se que o nosso principal tema de conversa é sobre qual o corte de cabelo que terei quando sair do salão, mas, raios, ele tem mesmo razão! Não só sou balança de signo (triste fado) como sou um ponto de interrogação com pernas, um "E se" que raramente aceita metamorfosear-se num "Por que não".


Sendo assim desde que me lembro, e do contra por instinto, penso ser das pessoas a quem o ditado "Olha ao que eu digo, não ao que eu faço" se aplique melhor. Isto porque sei que, se me perguntarem se uma pessoa deve tomar decisões por instinto ou por análise exaustiva, responderia sempre a primeira. Ou pelo menos quase sempre, excluo óbvios exemplos do contrário. Não me ocorre agora nenhum, mas é dito e sabido que a excepção confirma a regra. E, no entanto, como manda o meu comando estelar, quando se aproxima o momento fulcral da decisão, uso e abuso da minha balança interior.

Ora, já a minha mãe tem como regra aparente seguir o que acha melhor sem grandes questões. Segue o lema do "Não sofrer por antecedência", e, assim, não lhe cabe sequer se deveria estar a pensar muito no que poderia vir a seguir. Faz o que acha mais acertado no momento, e raramente se arrepende.

Não posso pôr as minhas mãos no fogo por esta teoria maluca, mas que parece resultar, disso não duvido. Afinal, e como já disse, a minha mãe não tem o costume de sair infeliz das decisões que toma. E se não corre como esperava, aprende com isso e não se fala mais no assunto.

A sociedade de hoje assenta numa população extremamente pensadora e sisuda. "Pensar incomoda como andar à chuva", dizia Alberto Caeiro. É gente que pensa demasiado, que não se deixa levar e acaba por viver mais dentro de si do que para si e para os outros. De certa forma, tenho saudades dos tempos que nunca vivi, esses tempos de inocência pura de antigamente, essa alegria espontânea que ouço falar por via dos meus avós, ou mesmo do meu pai (nostálgico de natureza). Talvez não haja resposta correcta para as primeiras perguntas que faço nesta postagem. E talvez não haja de todo resposta para algumas decisões difíceis que temos que tomar. É aí que deve entrar o coração, sem tempo de "E se's" a interferir.




alcunha

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Paradoxo!



Tradução:
Recebemos outra encomenda urgente do ocidente...5.000.000 de t-shirts com a inscrição "Libertem o Tibete"


Este cartoon fala por si. Simplesmente brilhante. Dá para retirarmos daqui muitas conclusões, basta para isso estar atento!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

A cultura dos shoppings!

Dizem estarmos numa altura em que por toda a Europa os centros comerciais começam a tornar-se cada vez menos concorridos, sendo preteridos por outros espaços de lazer. No entanto, cá no burgo estamos muito longe disso, e a prova é Guimarães, onde as pessoas continuam a entupir a principal entrada da cidade para ir até ao GuimarãeShopping. AGora, parece mesmo ter saido a sorte grande para os bajuladores dos espaços comerciais: dentro em breve terão mais dois enormes espaços em Guimarães para se poderem deleitar.

Para mim o objectivo do shopping é ir às compras e não passear. Como é possível, numa cidade com um centro histórico e uma história tão bonitos e de tao elevada qualidade (daí ser reconhecida internacionalmente como Património da Humanidade pela Unesco) ir de forma tão desabrida para um shopping? E encurralarmo-nos assim num espaço fechado, onde é sempre tudo igual! Talvez a minha querida cidade esteja a tornar-se demasiado urbana e desenvolvida para os meus níveis de provincianismo. Ainda prefiro dar um passeio pela penha ou comer um gelado numa das esplanadas do centro histórico. Há muita gente que parece não saber que em Guimarães também há museus e monumentos a visitar, assim como o Paco dos duques, o Castelo de Guimaraes, ou mesmo zonas de lazer bastante agradaveis, como o parque da cidade.

Não consigo vislumbrar se estamos a evoluir ou a cair em decadência.

Espaço Guimarães



Guimarães Plaza



O GuimarãeShopping, vendo mais dois monstros comercias a serem instalados nos seus calcanhares, vai iniciar uma fase de crescimento de modo a que não lhe passem a perna de forma tão radical.




Dizem, e digo eu neste sentido, que o que está a suceder é muito bom pois vai criar milhares de empregos e desenvolvimento económico.E poderá também ajudar nos desenvolvimentos culturais, visto que hoje em dia o culto dos shoppings é elevado na nossa região. Uma pequena mostra para a Capital Europeia da Cultura 2012, pois pelo menos os shoppings já estão em avançado estado de construção. Falta o resto...

terça-feira, 24 de junho de 2008

Democracia


Férias

Uma página em branco. E uma grande vontade de escrever. Sobre o quê? Não faço a mais pequena ideia.
Talvez sobre tudo. Ou sobre nada. Apenas esvaziar o que não voltará a ser preenchido até Setembro. Como o sumo que fica no final de um pacote que pretendemos guardar para uma próxima e temos que o lavar para que não ganhe mofo. Se não lavar a minha cabeça nas férias também ganha mofo. Apodrece, de tão pesada que fica por um ano de informação nela injectada à força.
Nestas férias vou esquecer que a escola existe, deixar os concursos para a minha mãe. Esquecer que moro aqui mais do que vivo. Esquecer Fafe durante dois mesinhos, mais os outros que me levam para longe, mas é deste sumo que falo, não do que há de vir. Para o ano vou sentir saudade da casa que me acolhe todos os dias, da cama que me acolhe com um abraço aconchegador, mesmo quando, qual libertina, não hesito em correr para a cama da minha irmã, por motivos irrisórios à beira da dívida de gratidão que tenho para saldar.
No entanto, agora não quero pensar nisso, nem em outra coisa qualquer. Quero, preciso, exijo desligar. Premir o botão off que se encontra mesmo por detrás da orelha direita, e fechar o complexo pensante que há em mim.
Talvez me dedique à fotografia. Ou a tratar do animal. Ou talvez passe o Verão simplesmente a estudar a lei da inércia. Empiricamente, claro.

domingo, 22 de junho de 2008

Amb3e, uma empresa "verde"!


Quero com este artigo fazer publicidade a uma empresa que faz parte do futuro verde do nosso país, a amb3e. Muitos até já podem conhecer esta empresa e qual a sua finalidade, mas nunca é demais relembrar.

Os princípios e objectivos da empresa são os seguintes (retirado do site da amb3e):

Gerir eficientemente um Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE).

Assim sendo, a primeira prioridade da Amb3E é gerir os REEE criados no fim de vida dos EEE, e subsequentemente fomentar a sua reutilização, reciclagem e outras formas de tratamento, contribuindo assim, para a sua redução e também para que a respectiva deposição se faça de uma forma correcta, contribuindo para a melhoria do desempenho ambiental de todos os agentes económicos envolvidos durante o ciclo de vida dos EEE.


Se forem por aqui encontram uma página com os locais espalhados por todo o país onde podem livrar-se, de forma ecológica, do vosso electrodoméstico em fim de vida.

É sempre de louvar o trabalho exercido por empresas deste ramo que têm como principal intuito manter o nosso país limpo, aprazível e saudável. Contribuam para esta causa pois já chega de ver frigoríficos e televisões nas valetas e espalhados pelos montes do nosso Portugal.

Em localidades onde esta empresa não existe há sempre a hipótese de contactar os serviços camarários da cidade para recolherem os electrodomésticos dando-lhes o devido destino.

É muito fácil abandonar o seu electrodoméstico, mas pense nas consequências que podem advir desse gesto, como por exemplo as seguintes:

• Em primeira mão o local fica feio;
• Imagine a vergonha que passará se for visto a fazê-lo;
• Pense no dinheiro que poupa se for apanhado pelas autoridades que lhe impõem uma multa que nunca é pequena;
• Pense numa criança a descobrir o que é um electrodoméstico abandonado e a aleijar-se enquanto a sua curiosidade não é saciada;
• Dê-se conta do que é ter um electrodoméstico abandonado a libertar metais pesados. Metais esses que se infiltram nos terrenos onde são produzidos os alimentos que come e a poluir a água que bebe, matando qualquer pessoa num curto espaço de tempo por acumulação desses mesmos metais no seu organismo;
• Entre outras...

Os Melhores (e mesmo muito bons) Sketches de MP


A casa das artes de Famalicão nunca me deixou ficar mal. E desta vez não foi excepção. Os Melhores Sketches de Monty Python não ficaram nada atrás do congresso de Medicina a que tive o enorme prazer de assistir há dois ou três anos atrás.
Com um elenco de luxo e de rabo à mostra, este cinco actores portugueses mostraram que não é preciso grandes adereços para cativar a atenção do público. Apenas um enorme sentido de humor, associado a uma grande dose de talento que os caracteriza.
Penso que a sua digressão pelo país ainda não acabou, pelo que aconselho a quem possa [rir até mais não] a ir assistir, com a certeza de que os 13 (ou 18, ou 20) euros serão bem empregues.

sábado, 21 de junho de 2008

Reserva natural do "elefante-branco"!



Portugal tem sido, desde há muitos anos, ou até mesmo séculos, um país de projectos megalómanos que em nada se coadunam com a sua realidade, visto não sermos propriamente o exemplo mais apropriado de desafogo financeiro que se pode dar a tais luxos ou futilidades. Os chamados elefantes brancos.

Já no século XVIII, o déspota e absolutista rei D. João V se embrenhou numa extravagância simplesmente descomunal e desproporcionada para a realidade do país. Esbanjando literalmente toda a fortuna da coroa portuguesa no belíssimo mas dispendiosíssimo convento de Mafra. Consta que ele tencionava edificar um convento que ombreasse em tamanho e riqueza com a própria Basílica de S. Pedro localizada no Vaticano. Acabou por se ficar por algo mais modesto... Apenas porque, caso contrário, não seria capaz de ver a obra realizada enquanto vivo.

Mais recentemente, temos uma cidade de Lisboa a querer rivalizar com o Porto em termos de pontes que cruzam o seu respectivo rio. O Porto tem sete e Lisboa, discretamente, sem grandes alaridos, vai já na quarta ponte sobre o Tejo em menos de 30 anos. Sinceramente acho que mais valia cimentar logo todo o estuário do Tejo de uma só vez, arrumando assim com a questão.

Tivemos um Euro 2004 com muito sucesso a todos os níveis, embora grande parte dos estádios estejam agora parados e sem serem capazes de se rentabilizarem. Mais uma vez, andamos a atirar o dinheiro que nos sobra para o lixo.

Tivemos uma Expo 98 com uma projecção e mediatismo quer nacional quer internacional muito grandes, e nem são os custos da mesma, embora grandes, o que mais me preocupa. Mas antes as derrapagens financeiras e os aproveitamentos económicos que alguns indivíduos protagonizaram, em números que superam largos milhões daqueles euros que não fazem cá falta.

Também está a começar mais uma obra de proporções interessantes, e que na minha perspectiva não faz falta rigorosamente nenhuma ao país: o TGV. Quem vai dar 100€ para ir de Lisboa a Madrid, se ir de avião fica já, hoje em dia, por metade do preço? Quem vai dar 75€ para ir de Lisboa ao Porto numa hora e meia, se fazer a mesma viagem de alfa pendular em três horas custa 25€? E mais, a CP recebe subsídios para conseguir fazer estes preços de 25€. Por que não dão às companhias aéreas esses mesmos subsídios, que trariam os preços dos bilhetes para um patamar equivalente ao do alfa? Não sabem o que fazer com mais de 7mil milhões de euros? Dêem-mos! Não é preciso ter TGV para ser um país avançado, aliás, poucos são os países com este meio de transporte. Os países nórdicos, por exemplo, (aqueles países de terceiro mundo cá sa Europa) não têm TGV: dão primazia aos alfa-pendulares.

Temos ainda a construção do novo aeroporto internacional, em que o governo português queria acabar com o único aeroporto português que dá lucro, para construir um mega aeroporto, ao nível dos maiores do mundo. Só para isso mesmo, ser um dos maiores do mundo. Eu ainda acho que era para tentar bater o novo aeroporto de Madrid que é o segundo maior da Europa, apenas atrás do de Frankfurt, e o décimo mundialmente. Mas parece que uma decisão mais sensata foi tomada, a de construir um aeroporto menor, mas mantendo o da Portela, sendo esta opção mais viável financeiramente, e mais adequada para servir as necessidades da população.

E, se quisermos mais exemplos, podemos sempre referir o CCB, que é grotescamente descabido, uma obra faraónica como muitos o apelidam, para a simples função que exerce. Se queriam gastar dinheiro bem gasto porque não um Guggenheim? Sempre era mais reconhecido em termos de arquitectura, embora a função possa não ser precisamente a mesma. Se até já uma cidade, sem sequer ter nome de algum tratado europeu, já tem um Guggenheim, como é o caso de Vilnius, ou pelo menos já está em construção, por que não um Guggenheim em Lisboa? Mas por que raio é que eu disse Lisboa? Por que não um Guggenheim de Aveiro por exemplo? Por que é que tem de ser tudo Lisboa?



Talvez porque grande parte destes elefantes brancos se situam em Lisboa ou arredores. É por isso que a regionalização fazia cá uma falta… Anda o país inteiro a trabalhar para só uma região ser beneficiada. Enfim… Mais do mesmo.

Conclusão, toda gente afirma que o elefante branco está extinto, ou que são/eram muito raros. Mas meus amigos, venham cá a Portugal que nós cá neste cantinho temos literalmente uma manada deles.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Será o povo português mesmo pobre?


Em termos comparativos, a nível mundial, Portugal faz parte dos países mais ricos e mais desenvolvidos do mundo. Portanto, até nem nos devemos queixar muito. Se o mar mediterrâneo fosse entre o Minho e a Galiza, aí sim, já teríamos mais por onde nos preocupar. Assim sendo, somos arrastados pela locomotiva europeia da riqueza.

Eu ainda acho, e por vezes quero mesmo acreditar que sim, embora haja quem julgue isto um nadinha anedótico, que o português é mesmo pobre por opção. Basicamente já está enraizado na nossa cultura ser pouco pecunioso. E há provas de sobeja desta minha teoria ao longo de toda a história de Portugal, desde o tempo em que Mumadona Dias mandou erigir o castelo de Guimarães no inicio do século IX, até ao dia em que se decidiu fazer um TGV, pois já não havia mais o que fazer com o dinheiro. É inato dos portugueses ser assim, não são pobres por falta de trabalho, pois são dos que mais trabalham (a produtividade é que é baixa), e dinheiro também parece ir havendo...

O exemplo mais flagrante que comprova esta minha teoria remonta à época em que Portugal tinha um imenso império, uma superpotência mundial(aí éramos mesmo ricos), mas parece que os nossos antepassados não apreciaram muito a ideia de sermos poderosos e endinheirados. Então esbanjaram todas as riquezas imperiais, e acabaram por se desfazer de tudo quanto era colónia ultramarina. Conclusão, éramos paupérrimos antes dos descobrimentos, seguidamente fomos poderosíssimos e sem muita demora voltamos à estaca zero.

A inquisição também teve um papel fulcral ao expulsar de Portugal os judeus, que eram das poucas pessoas com muito dinheiro em Portugal. Ou seja, ricos? Longe com eles!

Quando tivemos oportunidades para enriquecer, simplesmente, desperdiçamo-las. Ou então há um bando de chico-espertos que se apodera de tudo e o resto do povo fica com água no beiço. Desde que entramos para a CEE que desaguam em Portugal rios de dinheiro. Mas que Portugal só evoluiu em auto-estradas e estádios, isso não se pode negar. É que o chico-espertismo também faz parte do património cultural português.
Até o Alentejo, que era o celeiro de Portugal, foi destruído por anos a fio de uma exploração ruinosa, antes que os agricultores tivessem oportunidade de ficar ricos.

Temos de encarar a nossa pobreza financeira como uma riqueza cultural, assim como fazem parte dos nossos hábitos e tradições o Futebol, Fátima e o Fado (a tão propalada politica dos três f’s durante o estado novo), também a pobreza o faz.

Agora até já se procura petróleo ao largo de Portugal, enquanto nos tornamos num dos países mais avançados do mundo, quer em produção energias alternativas, quer em produção de tecnologias para desenvolver essas mesmas energias. Contudo não me admiraria nada que o petróleo tivesse “dado de frosques”, assim como não me admiraria nada que a terra parasse de girar ou que o sol implodisse só para que mais uma vez penemos nas ruas da penúria.

Ou seja, Portugal não é nada pobre mas sim rico em pobreza. Até me chega a dar ideia que os turistas só cá vêm para demonstrar a sua superioridade perante a nossa desgraça. Mas também não devemos aproveitar-nos do turismo em demasia, ou ainda acabamos por ficar todos ricos.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Deduzam lá a piada fácil....



Tenham em conta os preços dos combustíveis, e a força motriz deste autocarro.

Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias

Este sábado, após um dia cansativo de exames de inglês a meia luz e meias certezas, deparei-me, no que eu chamo o meu "Paraíso de Verão", ou seja, a casa da minha madrinha, a pedir ao Dr.Loureiro (informo, para fins lucidativos, que é advogado) uma frase para terminar "em grande" o meu exame de português de segunda-feira. Acaba por ser a sua bela esposa a dar-me a frase. "Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias". Confesso que me deixou um pouco às escuras com o "iluminar por dentro as palavras", como se de candeeiros se tratassem, mas o bréu foi-se desvanecendo de cada vez que os meus lábios pronunciavam as deliciosas palavras. Senti uma identificação profunda com a frase, muito apesar de ter consciência plena de que estava muito além da minha compreensão.
Esta frase pertence a um poema de José Gomes Ferreira, "O Idílio do Recomeço"

Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias
para te dizer,com a simplicidade do bater do coração,
que afinal ao pé de ti apenas sinto as mãos mais frias e esta ternura dos
olhos que se dão

Nem asas, nem estrelas, nem flores sem chão
mas o desejo de ser a noite que me guias
e baixinho ao bafo da tua respiração
contar-te todas as minhas cobardias.

Ao pé de ti não me apetece ser herói
mas abrir-te mais o abismo que me dói
nos cardos deste sol de morte viva.

Ser como sou e ver-te como és:
dois bichos de suor com sombra aos pés.
Complicação de luas e saliva.

Não sei se me acho bicho, não sei se vejo assim o amor. Mas o poema diz-me por completo. Despe-me do que eu sou, e mostra-o a toda a gente. Achei, por isso, que lhe devia, pelo menos, dar lugar de destaque neste blog, que sou eu. Em parte

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A realidade portuguesa actual.

O avião que levou os VIP portugueses à Suíça para ver o jogo que a Selecção de Scolari perdeu por 2-0, saiu de Lisboa, mas foi obrigado a aterrar no Porto por não haver combustível suficiente na capital, em função da greve dos camionistas. Quem lá estava, saído do Porto às 5 da manhã, testemunhou o enfado dos ilustres da capital por terem de fazer escala forçada no Porto. Uma tristeza. Seria cómico, se não fosse grave!


Manuel Serrão,
extracto final do seu artigo de opinião publicado na edição de hoje do JN.

O país está em crise, mas para certas classes essa mesma crise está bem lá longe.

O país está numa crise tal, que os 70mil bilhetes para o concerto de Madonna em Setembro esgotaram em menos de uma semana. É verdade, é importante referir que os bilhetes custam a módica quantia de 60€, pelo menos. Nada mais nada menos que 15% do salário mínimo nacional.

Uma solução interessante!

Uma empresa Norte Americana, mais especificamente, localizada em São Francisco, surgiu com uma alternativa bastante razoável para a substituição do petróleo, a curto prazo, por um combustível por si desenvolvido.

Esta empresa, a LS9,Inc., desenvolveu o LS9 Renewable Petroleum™, um combustível em tudo semelhante ao petróleo e que poderá ser um forte candidato à sua substituição.

O sítio desta empresa indica-nos que este combustível tem maior poder energético do que o álcool, que já é utilizado em milhões de carros. Diz-nos ainda que pode ser distribuído nos oleodutos já existentes por todo mundo. Diz-nos também que pode ser utilizado quer em carros a gasolina quer a diesel, podendo então ser utilizado em qualquer veículo. Para terminar em beleza só falta mesmo referir o preço que este novo produto, verdadeiramente milagroso, irá custar se este projecto seguir em diante.

Quanto a poluição, não fazem grande referência, deixando eu aqui o meu ponto de interrogação quanto a esta solução, à primeira vista tão milagrosa, que até parece que acabei de esfregar a lâmpada mágica da qual brota o imponente bonequinho azul.

Transportes & Combustíveis, Lda.



O que já estamos fartos de ouvir falar, mas que por nos afectar a todos não deixamos de prestar atenção, são os transportes. Aumentos dos combustíveis ao pequeno-almoço, poluição ao almoço, imposto sobre os produtos petrolíferos ao jantar, e para acabar o dia em beleza, mais um cêntimo no preço da gasolina.

Está mais que visto que isto não pode continuar assim, e refiro-me claramente ao preço dos combustíveis. E mais que visto ainda está que a continuar assim, é acordar um dia de manhã e ver os carros a serem encostados às valetas pois já não há quase carteira nenhuma que aguente meter um litro de combustível num depósito.

O meu sonho era poder ir a um posto de abastecimento e atestar com 20€, assim como fazia o meu pai há uns 3-4 anos. Eu só me lembro de abastecer já com o gasóleo nuns exorbitantes 0.9€ (como eu era inocente, mal sabia que ainda ia apanhar com mais 50 cêntimos em cima). Talvez a solução mais viável para o meu sonho de atestar com 20€ poder vir a ser real é começarem a fabricar depósitos de 10 litros.

Voltemos ao que interessa.

Para o futuro vejo poucas opções viáveis, deixo 3 que me parecem mais reais:

1- Conseguir fazer com que os preços actuais dos combustíveis não subam mais, ou até mesmo poder baixá-los, o que me parece muito sinceramente tarefa impossível. Ainda por cima quando se prevê que a procura de petróleo suplante a oferta já em 2020, daí a subida galopante/exponencial/exorbitante/aterradora do preço do barril de petróleo nos mercados internacionais que se verifica diariamente. Ou seja, isto quer dizer-nos de forma básica que o tempo do petróleo barato já acabou. Alternativas?

2- Inventar, de qualquer maneira possível e imaginária um combustível passível de ser utilizado na actual frota automóvel mundial , a um preço bastante mais acessível e de preferência que não tenha os efeitos secundários dos derivados do petróleo na natureza. Já há o biodiesel, mas a sua utilização põe em causa muitas questões éticas, pois tira alimento da boca de milhões de pessoas, por outro lado há o biodiesel produzido através de biomassa, ao qual não tenho nada apontar. Também há o álcool produzido da cana-de-açúcar, carro eléctrico(que só não é verdadeiramente aproveitado devido aos interesses petrolíferos vigentes pois a tecnologia já existe há décadas), entre outros….

3- Pôr toda gente, de um dia para o outro, a encostar os carros e motos e a andar de transportes públicos. Que teria muitas consequências, entre elas:

• Milhões de desempregados devido ao emprego que era proporcionado pela indústria automóvel e por toda a sua envolvente industrial planetária.
• A independência individual das pessoas seria indubitavelmente afectada.
• Teria de haver uma rede de transportes públicos eficaz, que servisse toda a população, com horários, destinos e preços viáveis.

Deparamo-nos então com um dos maiores desafios do século XXI, a transição do petróleo para as energias alternativas. Mas como o ser humano é um animal de muitas valências não há-de ser este detalhe a impedi-lo de continuar a sua saga por este frágil planeta.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Primeira vez.

Olá,
a todos os que passam por este cantinho dos indigentes. Que até é bastante silencioso. Após um ano em que os seus conteúdos se pautaram sobre a disciplina de biologia, a autora deste blogue decidiu, e muito bem, continuar o mesmo. Dando continuidade a um excelente trabalho na elaboração e manutenção deste blogue.

Surgiu-me então o convite para contribuir com aquilo que puder e souber neste sítio do ciberespaço. Não tenho “queda” para nenhum tema em particular, portanto, o que eu possa escrever poderá variar em função das notícias mais em voga, ou não, poderá ser desporto, ou não, até mesmo política, ou até mesmo não. Também me gosto de dedicar à hitória e geografia, duas disciplinas inseparavéis, tal como bacalhau e azeite.

O meu nome desde há quase 20 anos é Rui Pedro M. Freitas, sou de Guimarães e neste momento escrevo sentado numa cadeira na minha sala de estar com vista para o Alvão e para o Marão, em Vila-Real, pois aqui frequento o primeiro ano do curso de Medicina Veterinária na muy nobre Universidade de Trás Os Montes E Alto Douro (UTAD).

Vamos a ver como será…

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Chuva, vento e problemas existenciais

Parece que só hoje me consciencializei de que amanhã tenho exame.. E sinto-me como se fosse desabar o mundo por cima de mim. Verbos reflexivos? Pronomes reflexivos? É suposto eu já saber isso desde a primária? É suposto eu ainda me lembrar? A minha auto-estima gramatical caiu ontem ribanceira abaixo, e ainda não a consegui encontrar. Está enterrada num entulho de dúvidas e incertezas, tão fundo que receio que sufoque até amanhã. Chego a duvidar dos graus dos adjectivos. Se são relativos a alguém, ou superlativos egocêntricos, se normais como todos.

Temo, efectivamente, os advérbios disjuntos, e as TLEBS apresentam-se como afrontras ao meu forte de antiguidades linguísticas. É um exército velho e obsoleto que tenho do meu lado, e luta por mim já sem forças, mas luta. E luta.. E não deixa que entrem, mas morrem também. Não morram! Pelo menos fiquem ao meu lado! Se não querem que venham, não se vão também!

Amanhã estarei rota de assistir às guerras internas que se me dão para digerir o que Fernando Pessoa quer que entendamos quando diz que é não sendo e que sente pensando em não sentir. Ou então perceber por que se queria Campos matar, se nem exame de Português tinha, e suponho que, de qualquer das formas, entendesse o que escrevera se o perguntassem. Ou talvez não, para isso estamos cá nós, estudantes, para perceber o que escreve quem se afirma louco por não poder ser feliz como o vizinho da casa da frente!

E, se me conduzo sem preocupação, chegarei, de facto, à foz do meu rio de mãos vazias: sem curso, sem trabalho, sem orgulho-próprio. Aproveitarei os dias um a um como se fosse o último. Mas só depois de amanhã. O amanhã é incerto, pode correr bem ou correr mal. O hoje é, de qualquer das formas, intermédio irreal entre a dor sentida e a dor que sinto em pensar que não quero pensar em nada. E, de repente, compreendo tão bem Fernando Pessoa!

Vou continuar a tortura por mais umas horas. Amanhã mesmo mudarei a minha língua materna para Hindu. Talvez não tenham grandes escritores ao seu serviço.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

?

Esta dúvida que me cerca hoje
Que me chega hoje
Que me cega hoje.

Esta dúvida, que, de tão grande ser
Não me deixa sequer perceber
Quem me conduz à solidão
Se ela, se eu, e é em vão
Que penso
Nisso.