terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Estamos mesmo com a mosca...



Acho que mosca deve ser uma das palavras mais feias do vocabulário.
Bom, talvez não seja a mais feia, mas é bastante desagradável. Mosca faz lembrar podridão, doença, morte.

No entanto, forte ironia do destino esta, a mosca é uma das nossas melhores amigas involuntárias. Nomeadamente a Drosophila, mais conhecida por mosca-da-fruta.
Companheira incondicional do dia-a-dia, a mosca-da-fruta tem características óptimas para cobaia: reproduz-se muito rapidamente, é pequenina, tem uns cromossomas "enormes", facilitando o seu estudo, tem um ADN muito parecido com o nosso e, portanto, reacções a doenças, químicos e alterações físicas idênticas às que seriam de esperar no Ser Humano. Além disso, as colónias são fáceis de obter (elas vêm praticamente ter connosco) e podem ser rapida e facilmente substituídas se sofrerem qualquer problema.

A sua utilização generalizou-se a partir de 1910, quando se tornou o elemento crucial dos estudos de Thomas Hunt Morgan para aprofundar os estudos de Mendel. Este conseguiu provar que os olhos brancos eram uma característica associada ao cromossoma X. Foi a primeira confirmação de que a hereditariedade poderia estar ligada ao sexo.
A partir daí, a mosca passou a ser um organismo fundamental para os estudos genéticos, sendo agora o ser vivo mais confiado para experiências científicas que virão a ser aplicadas ao homem, desde o controlo de metástases à criação de moscas que não gostam de álcool (algo que irá ter bastante oposição por parte dos "homens da noite" caso se venha a conseguir aplicar ao homem).
Parece que estar com a mosca não é assim tão mau..




Para mais informações:
Super Interessante, Número 106 (Fevereiro 2007)

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