segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Fala do Homem Nascido

Venho da terra assombrada,
Do ventre de minha mãe;
Nao pretendo roubar nada,
Nem fazer mal a ninguém.

Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.

Trago boca para comer
E olhos para desejar.
Com licença, quero passar,
Tenho pressa de viver.
Com licença! Com licença!
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo
Não tenho tempo a perder.

Minha barca aparelhada
Solta o pano rumo ao norte;
Meu desejo é passaporte
Para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham,
nem forças que me molestem,
correntes que me detenham.

Quero eu e a Natureza,
que a Natureza sou eu
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.

Com licença! Com licença!
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.


António Gedeão

Daqui nem o Scofield saía..


Condom cegonha


Não tendo muito que ver com nada...


Mostra a mentalidade das pessoas que carecem de educação sexual (e por vezes não).

Quem muito escolhe...



Este cartoon não se percebe muito bem, portanto vou passar a explicá-lo da forma como o percebi.
Nesta imagem vê-se uma senhora, que, depois de ler o que o senhor diz, se percebe que está a reclamar num banco de esperma.
Ora, o senhor diz "Olhe, minha senhora, a senhora é que pediu [esperma] de uma estrela famosa, com cabelo preto, nariz forte e olhos profundos.."

sábado, 27 de outubro de 2007

Em busca do relógio interior




Os ritmos biológicos fazem parte da adaptação dos seres vivos ao meio e são fundamentais paraa sobrevivência das espécies. Permitem ao indivíduo sincronizar-se com a sucessão do dia e da noite e controlar a alimentação, a protecção ou a caça, aproveitar ao máxio a luz solar ou regular a temperaura do corpo.
Cada um tem um temporizador diferente, o que explica por que motivo há pessoas diurnas e outras noctívagas, ou por que razão a sesta exerce um efeito reparador em alguns e, noutros, altera o sono.
Hoje sabemos que ada célula do nosso organismo tem um relógio incorporado. Nos mamíferos, o principal mecanismo regularizador é uma diminuta região no hipotálamo, que recebe informações do exterior e emite sinais que sinconizam os pequenos relógios do resto do organismo.

Sabemos também, por exemplo, que alguns pacientes deveriam tomar medicamentos contra hipotenão de noite, o que os protegeria de serem vítimas de um eventual enfarte ou derrame cerebral de manhã. A heparina (anticoagulante) exerce um efeito durante a noite, e os ataques de asma são mais frequentes e graves de madrugada. Isto explica por que motivo a cronoterapia favorece uma melhor resposta do organismo aos fármacos, pois toma em consideração as caracteristicas do medicamento e do paciente e a altura do dia em que a administração se revela mais eficaz.
O objectivo é precisamente sincronizar os tratamentos com os ritmos cicardianos de produção de hormonas, pressão sanguínea e temperatura do corpo, entre outras variáveis, para os tornar mais eficazes.

Muitos cientistas contemplam a possibilidade de aplicar fármacos anticancerígenos de acordo com as pautas da cronoterapia.
Um dos principais problemas da quimioterapia é que não faz distinção entre tumores malignos e células normais. Mata todas as que estejam em divisão; daí surgem os efeitos secundários. No entanto, a divisão anormal das células que conduz ao cancro segue um ritmo concreto e não se produz com o mesmo vigor em todas as horas. O segredo reside em conseguir determinar o momento em que as células saudáveis estão menos sensíveis e em administrar o anticancerígeno quando a multiplicação celular é mais lenta. Associando essa condição a um crescimento mais rápido das células canceríenas, encontra-se o momento em que se podem provocar mais danos na massa tumoral sem afectar o tecido tumoral.
Parece tão simples, que talvez se estejam a questionar: "Mas por que não é então utilizado este método em grae escala?" O principal problema é conseguir compreender a forma como os neurónios comunicam entre si e o resto do organismo. Só nesse momento é que será possível entender o nosso relógio interior. Até lá, é tudo muito empírico.



Retirado e sintetizado de:

Super Interessante, edição de Agosto de 2007

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Malária - Inimigo público #1





Um mosquito surge de noite e coloca-se sobre uma superfície de pele deixada a descoberto. Depois, mergulha as suas componentes bocais em forma de agulha na pele. É um Anopheles fêmea, o único mosquito portador do parasita da malária humana. Porquê fêmea? Porque os machos não têm qualquer interesse em sangue. Já as fêmeas precisam da hemoglobina rica em ferro para alimentar os seus ovos.


Atravessando a epiderme, perfura de seguida uma fina camada de gordura e, por fim, entra na rede sanguínea. Nessa fase, começa então a sugar. Para impedir o sangue de coagular, o mosquito reveste a zona picada com um borrifo de saliva, transportando com esta os parasitas para o organismo. São os parasitas unicelulares da malária, conhecidos por plasmódios. Apesar de entrarem, numa picada de mosquito, cerca de duas ou três dezenas destes, bastaria um único para matar um ser humano.

Após a sua inserção no organismo, são conduzidos pelo sistema circulatório até ao fígado, onde se instalam. Aí introduzem-se nas células hepáticas e começam a reproduzir-se. As células explodem. No espaço de 30 segundos, contudo, os parasitas voltam a alojar-se em novas células. E o ciclo continua.

Quando o organismo, entretanto, se apercebe, acciona o sistema imunitário: a temperatura eleva-se, com o sentido de derreter os invasores, o que raramente resulta. Estes conseguem inclusivamente controlar as células sanguíneas para os ajudarem a sobreviver. Em alguns casos, as células infectadas desenvolvem à superfície saliências parecidas com velcro e, ao passarem pelos capilares do cérebro, agarram-se firmemente às paredes, impedindo a circulação sanguínea no cérebro.


A infecção transformou-se em malária cerebral, a manifestação mais temida da doença. É nesse momento que o organismo começa a soçobrar: os parasitas destruíram tantos eritrócitos portadores de oxigénio que os restantes deixam de ser suficientes para garantir o desempenho das funções vitais. Os pulmões esforçam-se desesperadamente por respirar e o coração tenta a custo bater. A acidez do sangue eleva-se. As células do cérebro morrem.


A pessoa agita-se, sofre convulsões e, por fim, entra em coma. A malária ataca mais de 100 países e cerca de metade da população mundial. De entre os 500 milhões de infectados este ano, pelo menos um milho perderá a vida. Grande parte com idade inferior a 5 anos. A maioria vive em África.

Enquanto se procedem a métodos dos mais tradicionais (ervas chinesas, redes mosquiteiras), investigadores procuram o Santo Graal desta busca: a vacina que permita travar definitivamente a doença.
Stephen Hoffman é o fundador da única empresa dedicada exclusivamente à descoberta de uma vacina contra a malária. A empresa chama-se Sanaria, que significa “bons ares”, o oposto de malária. Trabalhando já há 14 anos no assunto, chegou já a estar extremamente confiante da descoberta para breve da dita vacina. Isto em 1984, ano em que o próprio se fez picar por um mosquito infectado para provar, diante de uma conferência médica, a eficácia deste tratamento. Na manhã seguinte à chegada, já sentia tremuras e febre. Descobriu que sofria de malária. Hoje, volvidos 20 anos, ainda não desistiu.

O grandioso objectivo de Hoffman é imunizar a totalidade dos 25 milhões de bebés que todos os anos nascem na África subsaariana. Ele acredita que pelo menos 90% destes bebés que todos os anos nascem serão imunes à malária. Se assim for, será a primeira geração de africanos que não padecerá da doença.


Artigo resumido de:
National Geographic, Julho 2007

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Prémio Nobel da Medicina in Público



Investigação premiada com Nobel da Medicina "é de extrema importância" 02.10.2006 - 12h33 Lusa

A investigação na área da informação genética distinguida hoje com o Prémio Nobel da Medicina "é de extrema importância" para a produção de nova terapêutica, considera o geneticista Carolino Monteiro.

Andrew Z. Fire e Craig C. Mello foram hoje galardoados com o Prémio Nobel da Medicina 2006 pelas suas descobertas na área da informação genética, anunciou o Instituto Karolinska de Estocolmo.Os dois laureados foram distinguidos pela descoberta do mecanismo fundamental para o controlo dos fluxos de informações genéticas, especificou a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska.Carolino Monteiro, geneticista e professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, explicou à Lusa a importância da descoberta deste mecanismo, denominado RNA de interferência (RNAi).O especialista pormenorizou que este mecanismo explica a sobrevivência da célula, nomeadamente quando sofre agressões, como durante uma infecção viral, por exemplo.A descoberta "é de extrema importância" para a terapêutica, uma vez que abre caminho na procura de mecanismos de protecção da célula.Para Carolino Monteiro, a atribuição do Prémio Nobel a uma investigação na área da genética não é uma surpresa, prevendo que esta venha a ser a área mais galardoada nos próximos anos."A genética é, sem dúvida, a área que mais irá contribuir para a terapêutica" nos próximos tempos, afirmou.Fire, nascido em 1959, é professor de patologia e de genética na Universidade de Medicina de Stanford, na Califórnia, e Mello, nascido em 1960, é professor de medicina molecular na Universidade de Medicina de Massachusetts.

O que eu disse, agora a cores

O mistério da gravidez múltipla


Calcula-se que, algures no planeta, nasçam por segundo cerca de 4 novos seres humanos.

Para tal ocorrer, é necessário que milhões de espermatozóides sejam libertados na vagina da mulher e que percorram todo um grande percurso até ao atingirem o óvulo.

Este será fecundado pelo primeiro espermatozóide que consiga atravessar a membrana externa, formando o ovo ou zigoto, que rapidamente irá dividir-se por mitoses sucessivas.

Tudo parece correr nos conformes. No entanto, em ocasiões especiais (1 em cada 250 casos), o embrião faz uma coisa extraordinária: divide-se em dois, duplicando-se e, como resultado, dá origem a dois embriões, independentes e idênticos. Serão os futuros gémeos, denominados de monozigóticos ou verdadeiros. Em casos ainda mais excepcionais podem mesmo duplicar-se uma outra vez, dando origem a quadrigémeos, também monozigóticos.

Não há certezas sobre as causas deste comportamento, mas comprovou-se que a probabilidade de ocorrência é maior no início ou no fim da vida fértil.
Estes gémeos são fisicamente semelhantes, no entanto, nunca cópias exactas uns dos outros.

Pode ocorrer tamém um outro caso: o da gravidez múltipla. O dos falsos gémeos, também chamados dizigóticos ou fraternos.
Nestes casos, há a libertação simultânea de dois óvulos pela mulher, os quais são fecundados por dois espermatozóides distintos. Darão, consequentemente, resultado a duas gravidezes independentes e simultâneas.
Estes gémeos serão tão parecidos um com o outro como dois irmãos nascidos dos mesmos pais.

A estatística revela que os falsos gémeos são mais frequentes do que os múltiplos monozigóticos, e algumas populações mostram mais propensão para tal. As mulheres de uma tribo da Nigéria, por exemplo, têm por hábito ingerir um alimento com estrogéneos vegetais, que propicia ovulações múltiplas.
Outro factor determinante para o "aumento da taxa de ocorrência de gémeos e de trigémeos em Portugal deve-se aos tratamentos de infertilidade e ao adiamento da gravidez para o extremo da vida reprodutiva", revela Miguel Lopo Tuna, especialista em obstetrícia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.


A solução poderia ser "a comparticipação dos tratamentos, de modo a que os casais pudessem fazer mais tentativas, diminuindo o número de embriões por tentativa". Na fertilização in vitro é mais fácil controlar o risco de gémeos, "porque o número de embriões introduzidos no útero da mulher é decidido pelo médico"

Pelo contrário, nos tratamentos em que se induz a ovulação, se a mulher tiver uma resposta exagerada à medicação, poderá ter tantos embriões como óvulos fecundados, pelo que deixa de ser possível controlar o número de embriões que se desenvolve.


Hoje, mais do que nunca, a aritmética da concepção pode causar surpresas aos futuros progenitores.

É preciso estar preparado para uma situação inesperada que pode, em determinadas ocasiões, levar a uma grande dificuldade, nomeadamente económica, por parte dos pais.
Para mais informações:
National Geographic, edição de Maio de 2007

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Pílula do dia seguinte vendida em supermercados?



A pílula do dia seguinte é um dos medicamentos que se vendem sem receita médica e que poderão passar a ser adquiridos nos supermercados, diz a edição desta terça-feira do Público.


Apesar de a maioria dos especialistas considerarem que a venda deste fármaco nas grandes superfícies não traz riscos para a saúde pública, alguns vêem na pílula do dia seguinte o exemplo da necessidade de reavaliar e restringir o grupo de remédios que passarão a ser comercializados fora das farmácias.


Luís Graça, presidente do colégio de especialidade de ginecologia e obstetrícia da Ordem dos Médicos, em declarações ao Público defende que é necessário que a lista de medicamentos não sujeitos a receita médica seja «reavaliada, para verificar o que pode ou não ser incluído» nesta nova forma de venda.


Luís Graça explica que a contracepção oral de emergência apresenta «grande concentração de estrogéneos», que traz perigos para quem sofre de doença vascular. A venda em hipermercados é uma boa medida para medicamentos como a aspirina ou os antiácidos mas não para a pílula do dia seguinte, que «pode ter efeitos secundários graves».


Esta deve ser «uma excepção», afirma. António Marques da Costa, da Ordem dos Farmacêuticos (OF) concorda com esta posição e afirma que este é talvez «o exemplo mais paradigmático» da necessidade de se estabelecerem «medidas restritivas» da venda fora das farmácias. E diz ainda que se opõe a esta liberalização de venda, lembrando que os profissionais disponibilizam informações a quem adquire este medicamento.


Também o médico Walter Oswald considera que «os medicamentos de venda livre não são todos iguais e que uns acarretam maiores riscos», sendo necessária a discussão sobre esta matéria. Quanto à pílula do dia seguinte, afirma: «É inacreditável que possa ser vendida num supermercado».


Opinião contrária tem o professor da Faculdade de Medicina de Lisboa e obstectra Miguel Oliveira e Silva. «Não vejo qualquer inconveniente. Os medicamentos não vão ser vendidos ao pé dos iogurtes, mas sim numa dependência recatada e onde estará um técnico de farmácia», nota.Maria José Alves, coordenadora de consulta de mães adolescentes grávidas na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, diz que, independentemente do ponto de venda, o mais importante é explicar às mulheres e raparigas que a pílula do dia seguinte não deve ser usada como contraceptivo regular. «O efeito perverso do seu uso é resultado de má informação».O presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e Obstetrícia, Carlos Santos Jorge, acredita igualmente que a venda da pílula do dia seguinte em grandes superfícies não vai alterar a situação actual. «As jovens já a consomem como contracepção regular, quase de rotina, mesmo sendo vendida só em farmácias». Defende antes que a venda do medicamento seja acompanhada de uma explicação, por exemplo através de um folheto informativo.



Reparem numa coisa: Se ela já não necessita de receita médica, não é por se vender em supermercados que alguma coisa vai ser alterada. Qualquer mulher poderia chegar à farmácia e pedi-la, sem alguma restrição, julgo eu. De qualquer das maneiras, haverá sempre um "vendedor" nessas pseudo-farmácias de supermercado que deverá aconselhar quem as consome, por assim dizer. Pelo menos deveria.

Creio que aqui o que está em questão não é propriamente o aumento da utilização não-controlada deste medicamento, mas será, talvez, a utilizaçao não-controlada em si.

A diminuição da sua utilização e a sua utilização em casos excepcionais deverá passar por um maior esclarecimento, não só da mulher, como do casal, bem como a apresentação de alternativas mais saudáveis.

Isto porque não vejo como alternativa a necessidade de prescrição médica, demasiado morosa para uma situação que requer alguma urgência.


Cumprimentos



Retirado de:




segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Descoberta na Etiópia a menina mais antiga do mundo




Desenterrada passado 3,3 milhões de anos da sua encarceração em arenito, esta menina é o mais completo bebé da antiguidade e um dos melhores fósseis do Australopithecus afarensis.


Sendo da familia da famosa "Lucy", fóssil de mulher com 3,2 milhões de anos, esta menina distingue-se por possuir os dedos da mão, um pé, o tronco completo e... rosto!



Conhecida como a menina de Dikika, local onde foi encontrada, esta fornece pistas sobre forma como se esbateram as diferenças entre os macacos e os humanos.



O formato dos ombros da bebé, por exemplo, assemelha-se ao de um gorila jovem. Já o ângulo que o férmur forma entre a bacia e o joelho é parecido com o de um humano actual, sugerindo uma postura bípede eficiente.






Embora este local da Etiópia seja o mais propício à recolha de fósseis, a região do vale do Rifte é frequentemente atormentada por lutas políticas, doenças, secas e cheias repentinas, o que o torna também um dos mais difíceis para buscas intensivas.







Assim, subsistem ainda lacunas sobre a morfologia do fóssil, podendo brevemente ser preenchidas.















Extracto de National Geographic, data de Novembro de 2006

Para mais informações:
ngm.com/0611