segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O mistério da gravidez múltipla


Calcula-se que, algures no planeta, nasçam por segundo cerca de 4 novos seres humanos.

Para tal ocorrer, é necessário que milhões de espermatozóides sejam libertados na vagina da mulher e que percorram todo um grande percurso até ao atingirem o óvulo.

Este será fecundado pelo primeiro espermatozóide que consiga atravessar a membrana externa, formando o ovo ou zigoto, que rapidamente irá dividir-se por mitoses sucessivas.

Tudo parece correr nos conformes. No entanto, em ocasiões especiais (1 em cada 250 casos), o embrião faz uma coisa extraordinária: divide-se em dois, duplicando-se e, como resultado, dá origem a dois embriões, independentes e idênticos. Serão os futuros gémeos, denominados de monozigóticos ou verdadeiros. Em casos ainda mais excepcionais podem mesmo duplicar-se uma outra vez, dando origem a quadrigémeos, também monozigóticos.

Não há certezas sobre as causas deste comportamento, mas comprovou-se que a probabilidade de ocorrência é maior no início ou no fim da vida fértil.
Estes gémeos são fisicamente semelhantes, no entanto, nunca cópias exactas uns dos outros.

Pode ocorrer tamém um outro caso: o da gravidez múltipla. O dos falsos gémeos, também chamados dizigóticos ou fraternos.
Nestes casos, há a libertação simultânea de dois óvulos pela mulher, os quais são fecundados por dois espermatozóides distintos. Darão, consequentemente, resultado a duas gravidezes independentes e simultâneas.
Estes gémeos serão tão parecidos um com o outro como dois irmãos nascidos dos mesmos pais.

A estatística revela que os falsos gémeos são mais frequentes do que os múltiplos monozigóticos, e algumas populações mostram mais propensão para tal. As mulheres de uma tribo da Nigéria, por exemplo, têm por hábito ingerir um alimento com estrogéneos vegetais, que propicia ovulações múltiplas.
Outro factor determinante para o "aumento da taxa de ocorrência de gémeos e de trigémeos em Portugal deve-se aos tratamentos de infertilidade e ao adiamento da gravidez para o extremo da vida reprodutiva", revela Miguel Lopo Tuna, especialista em obstetrícia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.


A solução poderia ser "a comparticipação dos tratamentos, de modo a que os casais pudessem fazer mais tentativas, diminuindo o número de embriões por tentativa". Na fertilização in vitro é mais fácil controlar o risco de gémeos, "porque o número de embriões introduzidos no útero da mulher é decidido pelo médico"

Pelo contrário, nos tratamentos em que se induz a ovulação, se a mulher tiver uma resposta exagerada à medicação, poderá ter tantos embriões como óvulos fecundados, pelo que deixa de ser possível controlar o número de embriões que se desenvolve.


Hoje, mais do que nunca, a aritmética da concepção pode causar surpresas aos futuros progenitores.

É preciso estar preparado para uma situação inesperada que pode, em determinadas ocasiões, levar a uma grande dificuldade, nomeadamente económica, por parte dos pais.
Para mais informações:
National Geographic, edição de Maio de 2007

2 comentários:

Anónimo disse...

1º ponto a salientar - tema super interessante

2º ponto a salientar - nada te escapa rapariga


fiquei curiosa logo com o titulo! achei muito interessante esta postagem... só desconhecia que o facto de a probabilidade de ocorrência é maior no início ou no fim da vida fértil.

agora pergunto-me: com estes avanços todos da ciência ja é possivel o homem influênciar esse comportamento?

tipo assim pais que quisessem gémeos simplesmente iriam a um médico especializado e através de um método já estudado e comprovado conseguiriam influenciar esse comportamente o "obter" gémeos no final da gravidez...

isso poderia ser vantajoso ou não. vantajoso no facto em que países onde a taxa de natalidade é muito reduzida, imaginem só, que com uma gravidez poderiam nascer 4 novos seres! mas em contra partida isso isso não iria de encontro ao que é natural; assim as pessoas passariam a ser "pré-fabricadas", tipo ja se faziam as contas "as cabeças" em vez de se fazer contas á vida, em vez de programar a sua vida em função das "cabeças" programava-se as "cabeças" em função da vida.

bah, só o homem pa mudar assim tanto o mundo! aqui atrás se fosse necessário as mulheres tinham o parto no meio da rua, e agora fecham-se maternidades públicas e abrem as privadas, com quartos de luxo, atendimentos de luxo...

pergunta: E QUEM NÃO TEM CAPITAL PARA ISSO?!
resposta: retrocede no tempo e tem o filho na rua ou numa ambulância!

ao que nós chegamos.....

alcunha disse...

Colocaste uma questão muito pertinente: se conseguem provocar a gravidez múltipla.

De facto, a probabilidade de se ter uma gravidez múltipla quando se é submetido a tratamentos de fertilização aumenta em 30%.

Além disso, há certos tipos de fertilização artificial, como a famosa fertilização in vitro, que são controladas pelo médico e, como tal, podem ser manipuladas de forma a que se dêem várias fertilizações simultâneas e, portanto, que nasçam vários seres do mesmo parto.

Já foi considerada a hipótese inclusivamente como forma mais económica de aumentar a natalidade num país. Como nascem vários de uma vez, não há tanto gastos aquando o parto, por exemplo.

Os políticos têm sempre uma opção mais económica.

No entanto, há que ter em consideração que há sérios riscos para a futura mãe. O parto tem que ser provocado de 2 a 4 semanas antes do tempo, uma vez que o espaço preparado para um bebé está ocupado por 2, 3 ou 4.
O parto também é mais complicado, e tem que se ter sempre em conta que é preciso o quádruplo da paciência e da comida, por exemplo, para criar e sustentar quatro meninos.
Às vezes, não vem nada a calhar..

Cumprimentos