quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Portugal foi lesado,

em mais de 6 milhões de euros! Espero que haja protestos! Aqueles dois brasileiros que assaltaram o BES levaram 2 tiros por muito menos! Este é o momento do roubo:



Que se faça justiça!

Habitantes da Lapa recebem habitações sociais!

Através desta ligação vão aceder ao site da RTP onde podem ver a tentativa frustrada da câmara de Loures em realojar moradores da Lapa em habitações sociais, pelos menos é o que me dá a entender a senhora que verborreia uns impropérios quaisquer perto do fim da peça.

Nem imginam os adjectivos que me subiram à mente, e que atribuí à tal personagem, quando pela primeira vez vi este vídeo na RTPn, mas tive de rever na net para finalmente cair em mim de incredulidade.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O Conflito Caucasiano!

A Geórgia é uma Republica com cerca de 4 milhões de habitantes, umas das várias que se formaram com o fim da União Soviética e o seu consequente desmembramento.

Desde o seu início, aquando da sua independência, que existem territórios com intenções separatistas abarcados pelas fronteiras da Geórgia, a tão badalada Ossétia do Sul e a Abecasia. Territórios esses onde habitam milhares de cidadãos com nacionalidade russa, e escusado será dizer que o governo russo desde sempre apoiou as intenções separatistas desses territórios, pois também os russos acusam a Geórgia de apoiar os separatistas chechenos.


O governo georgiano, com o intuito de evitar mais conflitos separatistas com esses territórios, envia os seus exércitos, que começam, deliberada e arbitrariamente, a eliminar tudo aquilo que lhes fazia oposição, sendo mesmo acusados por organizações internacionais de não respeitarem os direitos humanos, uma vez que disparavam sobre alvos civis, escolas e hospitais ossetas.

Com isto, milhares de civis russos que lá se encontravam foram atingidos directamente pela ofensiva georgiana que fez mesmo algumas vítimas entre os muitos militares russos lá estacionados ou então que se encontravam nas redondezas. Esses soldados estavam estacionados na zona ao abrigo de um acordo alcançado no início dos anos noventa. Acordo esse que foi na altura mediado pelos russos, com o intuito de acabar com os confrontos entre georgianos e ossetas aquando do desmembramento da União Soviética, acabando por ditar a integração da Ossétia do Sul na recém formada república da Geórgia com a presença de forças de manutenção de paz russas na região até aos nossos dias.

É importante termos conhecimento de que o actual presidente georgiano foi criado e formado nos Estados Unidos da América, sendo um líder pro-ocidental. O que fez com que os EUA utilizassem a pequena Geórgia como ponta-de-lança para ferir o orgulho russo.

Obviamente, o governo russo contra atacou e invadiu esses territórios separatistas georgianos ao abrigo do argumento de que estavam a proteger cidadãos russos, e ao mesmo tempo aproveitaram para proteger interesses económico-políticos russos na região, bombardeando o único oleoduto que vai dos campos de exploração do Azerbaijão para a Europa sem passar por território russo. Este atravessa a Geórgia e vai terminar no porto turco de Ceyhan, libertando assim a Europa do jugo russo no que a petróleo diz respeito, o que evidentemente não está nos planos russos. Os georgianos dizem que o oleoduto não foi afectado. Agora sim faz sentido ver os EUA nesta embrulhada - o petróleo - e não simplesmente o facto de querer ter uma base militar no quintal dos russos.

Após a ofensiva russa, a União Europeia tomou diligências em conjunto com os EUA para se chegar a um cessar-fogo e um consequente acordo de paz entre a Rússia Geórgia e territórios separatistas pro-russos como a Abecasia e a Ossétia do Sul. É claro que agora já era tarde e os russos não se iam simplesmente embora, sem mais nem menos, sem demonstrar o seu poder, após serem deliberadamente atacados por forças georgianas com o total apoio dos EUA.


E para isso a Rússia está neste momento no seu parlamento a declarar o seu reconhecimento das regiões da Abecasia e Ossétia do Sul como nações independentes. Uma espécie de vingança contra o facto do Montenegro se ter tornado há pouco tempo independente da Sérvia através dum presidente pro-ocidental, afastando mais um território da esfera do poder russa.

Em suma, neste momento o governo russo está a esfregar as mãos de contente por tudo o que se está passar, pois deram-lhe pretexto para isso, uma espécie carta branca dada infantilmente pelo presidente georgiano Mikheil Saakashvili com o ilusório apoio dos EUA. O ocidente vai indubitavelmente declarar que este reconhecimento de independência russo para com estas duas repúblicas é uma violação do direito internacional, pois não querem perder territórios para o controlo russo, mas depois do que se passou em Montenegro não têm moral para o fazer, embora na política internacional a moral não tenha grande peso.

Não posso deixar de estar do lado dos russos neste caso, lamentando todos os afectados pelo conflito, mas não posso deixar de estar aliviado com o facto de haver alguém a fazer frente aos interesses imperialistas e subjugadores dos EUA. Pode ser que agora deixem de querer dominar tudo e todos debaixo da sua alçada, e não se metam onde não são chamados, pois o mundo não é dos EUA, embora o queiram fazer parecer. E graças aos EUA a às suas políticas internacionais quem sofre agora são os inocentes civis, georgianos e ossetas, que sentem na pele o conflito armado.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Os Jogos Olímpicos.

Um tema tão actual não podia ser preterido por outro tema qualquer, e é isso mesmo que eu não irei fazer.

• Os jogos olímpicos foram acolhidos por um país que se desenvolveu desenfreadamente nos últimos anos atingindo níveis de desenvolvimento nunca antes vistos na sua história.

• Ao nível populacional encontra-se à data dos jogos mais populoso do que nunca.

• Tecnologicamente atingiu a maioridade, sendo um dos países mais avançados do planeta.

• Mesmo em termos bélicos tornou-se num país temido.

• Possuidor de uma força trabalhadora impressionantemente produtiva e disposta a todo o tipo de sacrifícios para desenvolver a nação ao máximo.

• Anexou países vizinhos na sua história recente, o que não deixou a comunidade internacional indiferente.

• A forma despreocupada e aterrorizante como lida com os seus cidadãos, não dando qualquer importância aos direitos humanos e cometendo atrocidades indexadas de genocídios encapotados deixam a opinião pública mundial muito relutante.

• As policias políticas, a censura e a falta de liberdade de expressão que derivam de uma política mono partidária controladora de tudo o que se passa deixa os seus cidadãos sem opções e sem livre arbítrio em relação ao seu futuro.

• Tornou-se num país de segregados racialmente, optando assim por uma política de selecção racial do seu povo.

• O país faz, à data dos jogos olímpicos, uma demonstração de capacidade para os tempos vindouros, impressionando na organização dos jogos

• E até mesmo ao nível desportivo surpreendeu, tornando-se numa das maiores potências mundiais no que a conquistas de medalhas diz respeito, vencendo nesta edição o quadro geral de medalhas.

• O principal intuito do país organizador passa por mostrar ao mundo a sua superioridade megalómana, nem que para isso tivessem de gastar mundo e fundos.

• O mundo ignorou todos os sinais negativos que o país organizador dos jogos transpareceu.

• Um dos eventos olímpicos mais bem explorados a nível político de sempre.

Obviamente refiro-me aos jogos olímpicos de Berlim em 1936, seria impensável que de outra maneira fosse. Ou seja, toda e qualquer semelhança com Pequim 2008 é pura e simplesmente coincidência e mau para todos nós seria se fosse algo mais que isso.

Dia 2 no refrigerador!

São 4 da tarde e encontro-me, também por forças de maior, sentado numa qualquer esplanada na praia da Póvoa de Varzim. O meu plano era mesmo deitar-me ao sol a continuar a minha atenta leitura de verão mas o atlântico hoje decidiu não dar tréguas, e já chegou mesmo a estar a 6 metros do local onde me encontro. Mais um motivo para se adorar esta praia, a imprevisibilidade deste indomável oceano estragou os planos quer de banheiros (os senhores que têm como profissão alugar barracas) quer aos veraneantes que já alugaram as mesmas e assim deitaram dinheiro para a rua.

Numa fila com 15 barracas, as primeiras 6 já estão desocupadas devido à força das ondas, ainda bem que a barraca que me pertencia era a terceira, pois também já está bem encharcada.

Mas a malta jovem delira ao ver as ondas chegarem cada vez mais a Este, uma histeria colectiva originando sinergicamente com a forte radiação solar uma vontade de destruição da praia pelo mar….Incompreensível!

PS: mesmo agora, mais um recorde, esta última onde ficou apenas a 4 metros da esplanada, e consecutivamente, da minha mesa! Obrigando mais uma grosa de gente a levantar acampamento e seguir viagem. Espero que não avance muito mais, senão lá se vão os 1,20€ pelo Sumol de laranja que até me está a saber mesmo bem.

O regresso ao frigorífico!






Aí está o tão esperado dia 15 de Agosto, o início da segunda quinzena de Agosto, o mês por excelência para os portugueses tirarem uns dias de férias.

O país quase para, mas mal se nota a diferença.

Este ano, e por motivos de força maior – saúde (a minha mãe encontra-se em convalescença) – os meus pais tiveram que optar por um destino praticamente à porta de casa. Conclusão, foram parar a 60km de casa, àquilo que eu considero ser o Algarve do norte. A única diferença é mesmo a temperatura da água. Estou, claro, a falar da famigerada Póvoa de Varzim. Aquela cidade que só o é devido às dezenas de milhar de vimaranenses e cidadãos de outras proveniências que todos os anos compram férias e investem desmesuradamente em apartamentos neste árctico mais esquentado. Já não nutro grande paixão pelo Algarve, e fica bem mais longe de mim (o que me levaria a crer num sentido mais realista do termo “férias”), então a Póvoa de Varzim não me entra no goto nem com grande esforço. E não é por isso que deixa de ser caro.

Como só marquei férias para Setembro, aproveitei para, passados alguns anos, tirar uns dias de férias na companhia dos meus pais. Hoje, ao contrário do que os meteorologistas previam, (ainda vou dedicar uma dissertação cómica exclusiva para estes senhores) o sol raiou bem forte aqui na Costa Verde. Dei um passeio matinal pelo porto e avenida dos banhos acompanhado pela minha máquina fotográfica, e rapidamente constatei que, passados mais de 10 anos sem cá passar férias, tudo está igual, ou até mesmo mais degradado. Desde uma zona portuária inundada de lixo até aos carrosséis caquécticos, que fazem lembrar um país terceiro mundista, tudo contribuiu para uma surpresa extremamente desagradável em mim.

É claro que sou suspeito quando se trata de avaliar praias, e em particular as da Póvoa de Varzim, visto não ser nada adorador da prática da fotossíntese de forma alarve, muito menos quando as condições não se coadunam, a meu ver, com a prática balnear. Tenho pena que, em Portugal, férias continue a ser sinónimo de praia, mas isso já é outra história.

Continuando. Após o repasto deixei-me passar pelas brasas e só quando a tarde já caminhava a passos largos para o seu término é que me decidi a ir estender a toalha no areal junto ao resto da família.

Quando me instalei com a minha leitura entre mãos começaram a florescer como cogumelos vozes francófonas em torno dos meus ouvidos ainda mal habituados do sossego da sesta. O primeiro pensamento que me saltou à mente foi aquele célebre diálogo entre pai e filho emigrantes que vêm passar uns dias à terra:

Pai – Christian, tu vas a tomber!
Filho – Non, papa, non…. Aiiiiiii!!!!!
Pai - Eu não te disse seu filho da **** que ias cair!


Simplesmente hilariante de cada vez que me lembro!

Esta frase demonstra muito da mentalidade dos emigrantes portugueses em relação às suas origens. Quando vejo uma pessoa que emigra e, logo ao fim do primeiro ano, vem para cá já só a falar francês, tanto me dá a entender que é vaidade de já saber “falar” uma outra língua, como pode demonstrar que tem vergonha da sua língua nativa. E então quando vejo famílias inteiras de portugueses que sabem falar francês, ou outra língua qualquer, em simultâneo com o português nativo e relegam o português para segundo plano dá-me um desgosto imenso. É verdade que a grande maioria dos emigrantes são pouco instruídos, sendo então facilmente influenciáveis, mas isso não é desculpa para se ter vergonha das suas raízes e renegar publicamente aquilo que são. E pior é ver que os filhos já estão a ser ensinados segundo a mesma bitola e muitos mesmo já nem sabem sequer o que é a língua portuguesa. O que só prejudica, hipoteca e lesa a cultura e o currículo futuro dos filhos. Os pais deviam sentir-se envergonhados por isto acontecer, já que a culpa é toda deles.

Em suma, pelo que pude aferir hoje, a Póvoa de Varzim continua na mesma, mais prédio menos prédio e continua a não me despertar qualquer encanto. O regresso ao frigorífico consumou-se após vários anos de ausência sem qualquer tipo de remorso ou vontade expressa de cá voltar. A água mantém-se, sem surpresa alguma, fria, e a areia, invariavelmente desconfortável, e tudo aliado ainda ao facto de se estar demasiado próximo de casa e assim conhecermos imensa gente do nosso quotidiano.

Continuação de boas férias…

E se eu não tivesse escrito esta postagem?



Toda a gente tem que tomar decisões na vida. "Rosa ou azul?", "Calças ou saia?", "Dormir ou chegar a horas?".
Acontece que, não raras vezes, a decisão ultrapassa-nos. Nunca vos aconteceu verem-se perante algo que é extraordinariamente importante mas que, mesmo avaliando os pós e os contras, não parece ter propriamente uma resposta mais adequada?
Certamente que já. Ou então irá acontecer.
O meu problema aqui não se prende propriamente com o ter acontecido ou não, como devem calcular, mas com o modo como se deve lidar com tal situação. Devemos pensar, e pensar, e pensar, até que, após avaliados todos os factores que defendem ambos os lados, um resolva sobrepor-se ao outro? Devemos ser sempre racionais e científicos nas nossas escolhas? Ou devemos deixar que o instinto, muitas vezes confundido com esse belo e precioso órgão chamado de coração, tome a decisão por nós?


Não acredito em signos. Por alguma razão, tenho uma certa relutância em acreditar que as estrelas, aquelas bolinhas fofas de hidrogénio em combustão, controlem a nossa vida. No entanto, um dia fiquei pasmada quando o meu cabeleireiro se saiu com esta frase grandiosa "Tu és balança". Céptica, perguntei-lhe como tinha arranjado a saber a minha data de nascimento, ao que ele respondeu "Não é por isso. Gostas muito de ponderar todas as hipóteses e analisar as consequências antes de agir". Repare-se que o nosso principal tema de conversa é sobre qual o corte de cabelo que terei quando sair do salão, mas, raios, ele tem mesmo razão! Não só sou balança de signo (triste fado) como sou um ponto de interrogação com pernas, um "E se" que raramente aceita metamorfosear-se num "Por que não".


Sendo assim desde que me lembro, e do contra por instinto, penso ser das pessoas a quem o ditado "Olha ao que eu digo, não ao que eu faço" se aplique melhor. Isto porque sei que, se me perguntarem se uma pessoa deve tomar decisões por instinto ou por análise exaustiva, responderia sempre a primeira. Ou pelo menos quase sempre, excluo óbvios exemplos do contrário. Não me ocorre agora nenhum, mas é dito e sabido que a excepção confirma a regra. E, no entanto, como manda o meu comando estelar, quando se aproxima o momento fulcral da decisão, uso e abuso da minha balança interior.

Ora, já a minha mãe tem como regra aparente seguir o que acha melhor sem grandes questões. Segue o lema do "Não sofrer por antecedência", e, assim, não lhe cabe sequer se deveria estar a pensar muito no que poderia vir a seguir. Faz o que acha mais acertado no momento, e raramente se arrepende.

Não posso pôr as minhas mãos no fogo por esta teoria maluca, mas que parece resultar, disso não duvido. Afinal, e como já disse, a minha mãe não tem o costume de sair infeliz das decisões que toma. E se não corre como esperava, aprende com isso e não se fala mais no assunto.

A sociedade de hoje assenta numa população extremamente pensadora e sisuda. "Pensar incomoda como andar à chuva", dizia Alberto Caeiro. É gente que pensa demasiado, que não se deixa levar e acaba por viver mais dentro de si do que para si e para os outros. De certa forma, tenho saudades dos tempos que nunca vivi, esses tempos de inocência pura de antigamente, essa alegria espontânea que ouço falar por via dos meus avós, ou mesmo do meu pai (nostálgico de natureza). Talvez não haja resposta correcta para as primeiras perguntas que faço nesta postagem. E talvez não haja de todo resposta para algumas decisões difíceis que temos que tomar. É aí que deve entrar o coração, sem tempo de "E se's" a interferir.




alcunha