Parece que só hoje me consciencializei de que amanhã tenho exame.. E sinto-me como se fosse desabar o mundo por cima de mim. Verbos reflexivos? Pronomes reflexivos? É suposto eu já saber isso desde a primária? É suposto eu ainda me lembrar? A minha auto-estima gramatical caiu ontem ribanceira abaixo, e ainda não a consegui encontrar. Está enterrada num entulho de dúvidas e incertezas, tão fundo que receio que sufoque até amanhã. Chego a duvidar dos graus dos adjectivos. Se são relativos a alguém, ou superlativos egocêntricos, se normais como todos.
Temo, efectivamente, os advérbios disjuntos, e as TLEBS apresentam-se como afrontras ao meu forte de antiguidades linguísticas. É um exército velho e obsoleto que tenho do meu lado, e luta por mim já sem forças, mas luta. E luta.. E não deixa que entrem, mas morrem também. Não morram! Pelo menos fiquem ao meu lado! Se não querem que venham, não se vão também!
Amanhã estarei rota de assistir às guerras internas que se me dão para digerir o que Fernando Pessoa quer que entendamos quando diz que é não sendo e que sente pensando em não sentir. Ou então perceber por que se queria Campos matar, se nem exame de Português tinha, e suponho que, de qualquer das formas, entendesse o que escrevera se o perguntassem. Ou talvez não, para isso estamos cá nós, estudantes, para perceber o que escreve quem se afirma louco por não poder ser feliz como o vizinho da casa da frente!
E, se me conduzo sem preocupação, chegarei, de facto, à foz do meu rio de mãos vazias: sem curso, sem trabalho, sem orgulho-próprio. Aproveitarei os dias um a um como se fosse o último. Mas só depois de amanhã. O amanhã é incerto, pode correr bem ou correr mal. O hoje é, de qualquer das formas, intermédio irreal entre a dor sentida e a dor que sinto em pensar que não quero pensar em nada. E, de repente, compreendo tão bem Fernando Pessoa!
Vou continuar a tortura por mais umas horas. Amanhã mesmo mudarei a minha língua materna para Hindu. Talvez não tenham grandes escritores ao seu serviço.
Temo, efectivamente, os advérbios disjuntos, e as TLEBS apresentam-se como afrontras ao meu forte de antiguidades linguísticas. É um exército velho e obsoleto que tenho do meu lado, e luta por mim já sem forças, mas luta. E luta.. E não deixa que entrem, mas morrem também. Não morram! Pelo menos fiquem ao meu lado! Se não querem que venham, não se vão também!
Amanhã estarei rota de assistir às guerras internas que se me dão para digerir o que Fernando Pessoa quer que entendamos quando diz que é não sendo e que sente pensando em não sentir. Ou então perceber por que se queria Campos matar, se nem exame de Português tinha, e suponho que, de qualquer das formas, entendesse o que escrevera se o perguntassem. Ou talvez não, para isso estamos cá nós, estudantes, para perceber o que escreve quem se afirma louco por não poder ser feliz como o vizinho da casa da frente!
E, se me conduzo sem preocupação, chegarei, de facto, à foz do meu rio de mãos vazias: sem curso, sem trabalho, sem orgulho-próprio. Aproveitarei os dias um a um como se fosse o último. Mas só depois de amanhã. O amanhã é incerto, pode correr bem ou correr mal. O hoje é, de qualquer das formas, intermédio irreal entre a dor sentida e a dor que sinto em pensar que não quero pensar em nada. E, de repente, compreendo tão bem Fernando Pessoa!
Vou continuar a tortura por mais umas horas. Amanhã mesmo mudarei a minha língua materna para Hindu. Talvez não tenham grandes escritores ao seu serviço.
1 comentário:
Este demonstra a fluidez do discurso que caracteriza a sua autora. Há no discurso irónico que encerra o texto, a certeza de que a sua autora sabe pensar, e, humildemente, só sabe que nada sabe. Contudo, este deve ser o lema dos inteligentes... saudações académicas, com a certeza que amanhã o nevoeiro transformar-se-á num sol radiante! Joaquim
Enviar um comentário