Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias
para te dizer,com a simplicidade do bater do coração,
que afinal ao pé de ti apenas sinto as mãos mais frias e esta ternura dos
olhos que se dão
Nem asas, nem estrelas, nem flores sem chão
mas o desejo de ser a noite que me guias
e baixinho ao bafo da tua respiração
contar-te todas as minhas cobardias.
Ao pé de ti não me apetece ser herói
mas abrir-te mais o abismo que me dói
nos cardos deste sol de morte viva.
Ser como sou e ver-te como és:
dois bichos de suor com sombra aos pés.
Complicação de luas e saliva.Não sei se me acho bicho, não sei se vejo assim o amor. Mas o poema diz-me por completo. Despe-me do que eu sou, e mostra-o a toda a gente. Achei, por isso, que lhe devia, pelo menos, dar lugar de destaque neste blog, que sou eu. Em parte
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias
Este sábado, após um dia cansativo de exames de inglês a meia luz e meias certezas, deparei-me, no que eu chamo o meu "Paraíso de Verão", ou seja, a casa da minha madrinha, a pedir ao Dr.Loureiro (informo, para fins lucidativos, que é advogado) uma frase para terminar "em grande" o meu exame de português de segunda-feira. Acaba por ser a sua bela esposa a dar-me a frase. "Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias". Confesso que me deixou um pouco às escuras com o "iluminar por dentro as palavras", como se de candeeiros se tratassem, mas o bréu foi-se desvanecendo de cada vez que os meus lábios pronunciavam as deliciosas palavras. Senti uma identificação profunda com a frase, muito apesar de ter consciência plena de que estava muito além da minha compreensão.
Esta frase pertence a um poema de José Gomes Ferreira, "O Idílio do Recomeço"
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