Portugal tem sido, desde há muitos anos, ou até mesmo séculos, um país de projectos megalómanos que em nada se coadunam com a sua realidade, visto não sermos propriamente o exemplo mais apropriado de desafogo financeiro que se pode dar a tais luxos ou futilidades. Os chamados elefantes brancos.
Já no século XVIII, o déspota e absolutista rei D. João V se embrenhou numa extravagância simplesmente descomunal e desproporcionada para a realidade do país. Esbanjando literalmente toda a fortuna da coroa portuguesa no belíssimo mas dispendiosíssimo convento de Mafra. Consta que ele tencionava edificar um convento que ombreasse em tamanho e riqueza com a própria Basílica de S. Pedro localizada no Vaticano. Acabou por se ficar por algo mais modesto... Apenas porque, caso contrário, não seria capaz de ver a obra realizada enquanto vivo.
Mais recentemente, temos uma cidade de Lisboa a querer rivalizar com o Porto em termos de pontes que cruzam o seu respectivo rio. O Porto tem sete e Lisboa, discretamente, sem grandes alaridos, vai já na quarta ponte sobre o Tejo em menos de 30 anos. Sinceramente acho que mais valia cimentar logo todo o estuário do Tejo de uma só vez, arrumando assim com a questão.
Tivemos um Euro 2004 com muito sucesso a todos os níveis, embora grande parte dos estádios estejam agora parados e sem serem capazes de se rentabilizarem. Mais uma vez, andamos a atirar o dinheiro que nos sobra para o lixo.
Já no século XVIII, o déspota e absolutista rei D. João V se embrenhou numa extravagância simplesmente descomunal e desproporcionada para a realidade do país. Esbanjando literalmente toda a fortuna da coroa portuguesa no belíssimo mas dispendiosíssimo convento de Mafra. Consta que ele tencionava edificar um convento que ombreasse em tamanho e riqueza com a própria Basílica de S. Pedro localizada no Vaticano. Acabou por se ficar por algo mais modesto... Apenas porque, caso contrário, não seria capaz de ver a obra realizada enquanto vivo.
Mais recentemente, temos uma cidade de Lisboa a querer rivalizar com o Porto em termos de pontes que cruzam o seu respectivo rio. O Porto tem sete e Lisboa, discretamente, sem grandes alaridos, vai já na quarta ponte sobre o Tejo em menos de 30 anos. Sinceramente acho que mais valia cimentar logo todo o estuário do Tejo de uma só vez, arrumando assim com a questão.
Tivemos um Euro 2004 com muito sucesso a todos os níveis, embora grande parte dos estádios estejam agora parados e sem serem capazes de se rentabilizarem. Mais uma vez, andamos a atirar o dinheiro que nos sobra para o lixo.
Tivemos uma Expo 98 com uma projecção e mediatismo quer nacional quer internacional muito grandes, e nem são os custos da mesma, embora grandes, o que mais me preocupa. Mas antes as derrapagens financeiras e os aproveitamentos económicos que alguns indivíduos protagonizaram, em números que superam largos milhões daqueles euros que não fazem cá falta.
Também está a começar mais uma obra de proporções interessantes, e que na minha perspectiva não faz falta rigorosamente nenhuma ao país: o TGV. Quem vai dar 100€ para ir de Lisboa a Madrid, se ir de avião fica já, hoje em dia, por metade do preço? Quem vai dar 75€ para ir de Lisboa ao Porto numa hora e meia, se fazer a mesma viagem de alfa pendular em três horas custa 25€? E mais, a CP recebe subsídios para conseguir fazer estes preços de 25€. Por que não dão às companhias aéreas esses mesmos subsídios, que trariam os preços dos bilhetes para um patamar equivalente ao do alfa? Não sabem o que fazer com mais de 7mil milhões de euros? Dêem-mos! Não é preciso ter TGV para ser um país avançado, aliás, poucos são os países com este meio de transporte. Os países nórdicos, por exemplo, (aqueles países de terceiro mundo cá sa Europa) não têm TGV: dão primazia aos alfa-pendulares.
Temos ainda a construção do novo aeroporto internacional, em que o governo português queria acabar com o único aeroporto português que dá lucro, para construir um mega aeroporto, ao nível dos maiores do mundo. Só para isso mesmo, ser um dos maiores do mundo. Eu ainda acho que era para tentar bater o novo aeroporto de Madrid que é o segundo maior da Europa, apenas atrás do de Frankfurt, e o décimo mundialmente. Mas parece que uma decisão mais sensata foi tomada, a de construir um aeroporto menor, mas mantendo o da Portela, sendo esta opção mais viável financeiramente, e mais adequada para servir as necessidades da população.
E, se quisermos mais exemplos, podemos sempre referir o CCB, que é grotescamente descabido, uma obra faraónica como muitos o apelidam, para a simples função que exerce. Se queriam gastar dinheiro bem gasto porque não um Guggenheim? Sempre era mais reconhecido em termos de arquitectura, embora a função possa não ser precisamente a mesma. Se até já uma cidade, sem sequer ter nome de algum tratado europeu, já tem um Guggenheim, como é o caso de Vilnius, ou pelo menos já está em construção, por que não um Guggenheim em Lisboa? Mas por que raio é que eu disse Lisboa? Por que não um Guggenheim de Aveiro por exemplo? Por que é que tem de ser tudo Lisboa?
Talvez porque grande parte destes elefantes brancos se situam em Lisboa ou arredores. É por isso que a regionalização fazia cá uma falta… Anda o país inteiro a trabalhar para só uma região ser beneficiada. Enfim… Mais do mesmo.
Conclusão, toda gente afirma que o elefante branco está extinto, ou que são/eram muito raros. Mas meus amigos, venham cá a Portugal que nós cá neste cantinho temos literalmente uma manada deles.
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