terça-feira, 24 de junho de 2008

Férias

Uma página em branco. E uma grande vontade de escrever. Sobre o quê? Não faço a mais pequena ideia.
Talvez sobre tudo. Ou sobre nada. Apenas esvaziar o que não voltará a ser preenchido até Setembro. Como o sumo que fica no final de um pacote que pretendemos guardar para uma próxima e temos que o lavar para que não ganhe mofo. Se não lavar a minha cabeça nas férias também ganha mofo. Apodrece, de tão pesada que fica por um ano de informação nela injectada à força.
Nestas férias vou esquecer que a escola existe, deixar os concursos para a minha mãe. Esquecer que moro aqui mais do que vivo. Esquecer Fafe durante dois mesinhos, mais os outros que me levam para longe, mas é deste sumo que falo, não do que há de vir. Para o ano vou sentir saudade da casa que me acolhe todos os dias, da cama que me acolhe com um abraço aconchegador, mesmo quando, qual libertina, não hesito em correr para a cama da minha irmã, por motivos irrisórios à beira da dívida de gratidão que tenho para saldar.
No entanto, agora não quero pensar nisso, nem em outra coisa qualquer. Quero, preciso, exijo desligar. Premir o botão off que se encontra mesmo por detrás da orelha direita, e fechar o complexo pensante que há em mim.
Talvez me dedique à fotografia. Ou a tratar do animal. Ou talvez passe o Verão simplesmente a estudar a lei da inércia. Empiricamente, claro.

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