domingo, 3 de fevereiro de 2008

E.bactéria




Andava eu a ler umas coisas sobre a E.coli (similar ao E.Leclerc pelo facto de nunca se ter bem a certeza do que significa o "E") e descobri umas curiosidades interessantes, se bem que com um ligeiro trago de repugnância, para não perder nunca de vista aquele toque místico de proliferadora de doenças e sujidade que qualquer bactéria digna deve ter.

Fazendo uma apresentação muito concisa, a E.coli é um bacilo que tem como feito de referência a rara capacidade de fabricar todos os componentes de que é feita a partir de substâncias básicas e fontes de energia suficientes.

Não que não tenha outros. Por exemplo, sendo ela uma velha residente do nosso intestino, e ao mesmo tempo uma grande apreciadora de lactose, torna-se a principal causadora da nossa flatulência pós-ingestão de lacticínios. Além disso, gosta tanto de nós que, apesar de expelirmos cerca de um trilião das da sua espécie por dia, não nos conseguimos livrar delas.

Já é velho o ditado que diz que "se não as consegues derrotar, junta-te a elas". E é tão verdadeiro como ter o nosso sistema imunitário aberto uma excepção a algumas estirpes de E.coli. É um "desta vez passa" que se aplica àquelas com as quais estamos habituados a conviver, sendo que as E.coli de qualquer parte da Europa são ainda suficientemente parecidas com as nossas para poderem ser incluídas. Por isso é que a probabilidade de termos uma intoxicação alimentar nos Estados Unidos é bastante maior que a que temos de a apanhar em Espanha (bom, talvez não seja só por isso, mas não entremos por aí...).

De qualquer das formas, tem vindo a provar ser uma bactéria muito importante para a investigação científica e, portanto, não deve ser nunca vista com um desdém de quem se acha superior ou, pelo menos, mais limpo, e tenta eliminá-las sob o pretexto de serem um atentado à saúde pública (incluo aqui a ASAE e a minha mãe).


[A propósito, "E" de E.coli é a abreviatura de Escherichia e "E" de E.Leclerc de Édouard]

Cumprimentos

Para mais informações:

2 comentários:

Joana Carvalho disse...

Ólá. Já que falas em bactérias, podemos dizer que estamos habituados a ouvir dizer que existem bactérias que fazem parte da nossa flora intestinal, e que são importantes para o funcionamento do nosso organismo.
Mas devo dizer que fiquei um bocado..."arrepiada" (não sei se será esta a palavra adequada) quando o professor Salsa disse que a nossa pele está constantemente povoada por bacteriasinhas! Eu já não estava muito bem, quando o professor fez questão de salientar que cada vez que coloco uma lente de contacto estou a colocar uma COLÓNIA DE BACTÉRIAS DENTRO DO OLHO!
Bem, tenho que agradecer ao prof. porque agora mudo muito mais vezes o líquido das lentes.

Boa postagem (esta e as outras, mas optei por comentar esta)

alcunha disse...

Joana, antes de mais, obrigada pelo comentário. Mas deixa-me dizer-te que bactéria nem sempre é sinónimo de agente patogénico, se é que me entendes.. Há certas bactérias que são mesmo essenciais para a nossa sobrevivência! Sem elas nunca seríamos tão evoluidos como somos. Seríamos, talvez... Bactérias!

É claro que há muitas que não nos são necessárias, obviamente. Mas a maior parte delas são-nos inofensivas. Temos um sistema imunitário muito evoluído, não é qualquer uma que nos gera ameaça!

É interessante que enquanto estava a ler o teu comentário lembrei-me de um episódio do "Recreio". Não sei se conheces, o "Recreio" é um desenho animado da Disney que fala de várias "aventuras" de um grupo que anda na primária, durante o recreio. Bom, naquele episódio específico, eles tinham precisamente que observar bactérias ao microscópio. Enquanto um deles viu naquelas miniaturas de vida uns seres vivos (aos quais até deu nome, atenção) e que deviam ser tratados com o devido carinho que se dá aos amigos, um outro via-as como o inimigo público nr.º 1. Ora, daí sai, claro está, um conjunto de peripécias incrível, onde um se torna defensor das bactérias, criando uma organização para o fim, ao mesmo tempo que o outro as tentava exterminar a todo o custo.

No final acaba por ser uma outra amiga deles a acabar com a confusão, explicando que tanto há bactérias que nos põem doentes, como há outras que servem para nos fazer os iogurtes e o queijo.

Bom, tudo isto para dizer que não precisas de ter tanto "medo" das bactérias. Afinal de contas, convivemos com elas há milhões de anos!