terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Estamos mesmo com a mosca...



Acho que mosca deve ser uma das palavras mais feias do vocabulário.
Bom, talvez não seja a mais feia, mas é bastante desagradável. Mosca faz lembrar podridão, doença, morte.

No entanto, forte ironia do destino esta, a mosca é uma das nossas melhores amigas involuntárias. Nomeadamente a Drosophila, mais conhecida por mosca-da-fruta.
Companheira incondicional do dia-a-dia, a mosca-da-fruta tem características óptimas para cobaia: reproduz-se muito rapidamente, é pequenina, tem uns cromossomas "enormes", facilitando o seu estudo, tem um ADN muito parecido com o nosso e, portanto, reacções a doenças, químicos e alterações físicas idênticas às que seriam de esperar no Ser Humano. Além disso, as colónias são fáceis de obter (elas vêm praticamente ter connosco) e podem ser rapida e facilmente substituídas se sofrerem qualquer problema.

A sua utilização generalizou-se a partir de 1910, quando se tornou o elemento crucial dos estudos de Thomas Hunt Morgan para aprofundar os estudos de Mendel. Este conseguiu provar que os olhos brancos eram uma característica associada ao cromossoma X. Foi a primeira confirmação de que a hereditariedade poderia estar ligada ao sexo.
A partir daí, a mosca passou a ser um organismo fundamental para os estudos genéticos, sendo agora o ser vivo mais confiado para experiências científicas que virão a ser aplicadas ao homem, desde o controlo de metástases à criação de moscas que não gostam de álcool (algo que irá ter bastante oposição por parte dos "homens da noite" caso se venha a conseguir aplicar ao homem).
Parece que estar com a mosca não é assim tão mau..




Para mais informações:
Super Interessante, Número 106 (Fevereiro 2007)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Dia Mundial de Mais uma Vacina Falhada





No dia em que se assinala o Dia Mundial da Sida, chega aos ouvidos do mundo a notícia de fracasso de uma das mais prometedoras vacinas contra a SIDA.


Estava a ser desenvolvida há dez anos. A V520 era composta por três genes do VIH sintetizados em laboratório e transportados por um adenovírus, um vírus comum associado às constipações. Ao contrário das vacinas normais, que estimulam a produção de anticorpos, esta vacina visava activar os linfócitos T citotóxicos, capazes de destruir as células infectadas pelo vírus.


Foi talvez o facto de estar associado a um adenovírus comum a causa principal de insucesso, uma vez encontrar-se toda a gente já imunizada contra este, pelo que o resultado não surpreende à maioria dos investigadores.


Apesar de todas as dificuldades, a comunidade científica não desiste. Existem actualmente cerca de três dezenas de vacinas em desenvolvimento, se bem que todas ainda em fase inicial.

Contudo, a extrema capacidade de mutação do vírus dificulta o desenvolvimento de uma vacina preventiva, pelo que muitos peritos se viram para a vacina terapêutica, uma vacina que minimize os efeitos da sida, melhorando a qualidade de vida dos infectados.


No entanto, o melhor mesmo é evitar que seja contraída. Não necessita de ser com vacinas, um simples preservativo pode salvar muitas vidas.



Para mais informações:

"A Anatomia de Um Falhanço Anunciado", Revista Única, Expresso n.º 1831

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Aula prática número xis

Ontem foi Terça-feira e, com ela, todo um ritual de experimentações. Ou talvez não. Desta vez experimentamos a nossa paciência com os portáteis da escola, que para chegarem ao estatuto de lentos ainda vão ter que treinar um pouco. Mas estou convicta que conseguirão. Um dia.

Resolvemos um quiz sobre o dihibridismo, o que me levou a aperceber que ainda não estou assim tão segura nessa matéria. Mas que é interessante, creio que é um facto inegável.

Não me vou alongar muito sobre a aula, pois creio estar bastante completa a descrição do Dinis, no seu blog, o qual passo a publicitar:

http://www.hemispherectomy.blogspot.com/



Para mais informações podem sempre perguntar a qualquer elemento da nossa turma. Tenho a certeza que estarão bastante acordados sobre o debatido na aula.

Cumprimentos

domingo, 2 de dezembro de 2007

DI(c)S



Estava eu a folhear a minha agenda há uns dias atrás (ao que uma pessoa chega quando não tem mais nada que fazer..) e deparo-me com esta nota: "AIDS International Day (01.12)".

Ora, é claro que ponho eu também uma nota, em português, em vários locais da agenda, para estar atenta ao dia 1 de Dezembro e postar aqui algo referente ao dia. Em vários locais, repito, não fosse esquecer-me.

Esquecer-me... Curioso.. No meio de tantas notas escritas creio que só não anotei que tinha que ir à agenda ontem ver se tinha alguma coisa marcada.. Para ontem! Fui hoje. Paciência. Interessa a intenção, suponho, e a minha está cá toda.
Recapitulando e resumindo:

Ontem foi o dia internacional (contra a) sida.

Ouvi dizer que está a afectar por volta de 80 milhões de pessoas actualmente. Danado, o bicho.
Ouvi dizer também que a juventude se preocupa mais com a prevenção da gravidez que com a prevenção da transmissão de DST, incluindo, obviamente a sida. Mesmo assim, com tanta gente preocupada, conseguimos ser o segundo país da Europa com um maior número de gravidezes precoces. É prova clara que de boas intenções está o inferno cheio.



sábado, 1 de dezembro de 2007

Ser Serra da Estrela é ser discriminado?



Estive a comentar o meu último artigo com uma pessoa amiga, que me levantou uma dúvida bastante pertinente: Se não faz sentido chamar raça às divergências de caraterísticas entre as populações, fará sentido distinguir os cães por raças, uma vez serem estes provenientes de uma selecção artificial feita por nós e, portanto, muito mais recente ainda que o nosso isolamento uns dos outros?

Deixo a quem quiser a oportunidade de reflectir sobre o assunto e expô-lo no blog.


Cumprimentos

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Por falar em raças..




O centro da ideologia nacional-socialista é o termo raça. A teoria nazista diz que a raça ariana é uma "raça-mestra", superior a todas as outras, e justifica esta crença da seguinte maneira:
O nacional-socialismo diz que uma
nação é a máxima criação de uma raça. Consequentemente, as grandes nações (literalmente, nações grandes) seriam a criação de grandes raças. A teoria diz que as grandes nações, alcançam tal nível devido seu poderio militar
e que este, por sua vez, se origina em culturas racionais e civilizadas, que, por sua vez ainda, são criadas por raças com boa saúde natural e traços agressivos, inteligentes e corajosos.
As nações mais fracas, para os nazistas, são aquelas criadas por raças impuras, isto é, que não apresentassem a quase totalidade de indivíduos de origem germânica.




http://pt.wikipedia.org/wiki/Nazi#Teoria_ideol.C3.B3gica

Afinal somos mesmo todos iguais





Aparentemente um português é diferente de um esquimó, de um chinês ou de um africano.

Aliás, alguns traços bastam para que consigamos aferir se certo indivíduo pertence a determinada região geográfica.

No entanto, serão esses traços suficientes para que lhes possamos chamar raças?

Era o que se pensava até que Darwin e a sua teoria evolucionista vieram deitar tudo por terra.

É que, segundo a definição de raça (sub-espécie derivada de uma evolução divergente por isolamento durante longos períodos de tempo de alguns indivíduos da espécie), os 6000 milhões de habitantes que habitam a terra (6000 milhões e um, aposto que enquanto escrevi este post algum bebé terá nascido) provenientes dos 10 000 Homo sapiens oriundos de África dispersaram-se muito recentemente em termos biológicos (60 mil anos). Há demasiado pouco tempo para que surja a diferenciação genética a que chamamos raça.
Interessados em conhecer as possíveis relações entre indivíduos diferentes, os cientistas procuram outros elementos, como uma frequência estatística relativamente à presença deeterminados genes em cada população. Nesse sentido, estudos demonstram que os seres humanos têm menos diversidade genética que a maioria das outras espécies. Por exemplo, enquanto o ADN de uma pessoa difere apenas do de outra em um em cada mil pares de bases, já nos chimpanzés a proporção é de 1:500.
Por outro lado, as minorias étnicas também podem ser analisadas através de um perfil de determinada frequência genética, a qual varia devido à "deriva genética", que, a par da selecção natural, altera as características de uma espécie ao longo do tempo.
Todos estes estudos, para além de servirem para nos provar que toda a discriminação que tem havido não passa de uma fraude (não que já não soubesse, mas agora está cientificamente provado), ajuda também a desenvolver tratamentos adaptados às diferentes etnias, uma vez ter-se vindo a provar que estas têm mais ou menos aptidão para certas doenças. Por exemplo, está provado que a anemia falciforme afecta nomeadamente pessoas de origem afro-americana e hispânica; a talassenmia, mais frequente para os lados da África oriental/Médio Oriente; a intolerância à lactose é sobretudo sentida pelos indivíduos da Europa do Norte.

Assim, se se traçasse o perfil hereditário de um certo indivíduo, poder-se-ia certamente saber qual a probabilidade de eficácia de um certo tratamento e qual a medicação ou tratamento a aplicar.

Não obstante, e como tudo neste mundo de complicações, há duas faces para a mesma moeda. Pessoas que afirmam que passariam a ser alvo de discriminação, medicamentos que são olhados com suspeita por serem específicos para uma determinada etnia são já casos reais que surgem como um entrave a este possível avanço científico.


É na conjugação da ética com a ciência que se forma a Humanidade. Pena que não se lembrem da ética quando se fala de dinheiro..
EDIT: A propósito, esta postagem é fruto da leitura da Super Interessante de Agosto de 2006. (Grande memória..!)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Finalmente chegamos...




...à hereditariedade, grande tema para ser tratado, debatido, explorado, observado até ao último pormenor!
Não estou a tentar subvalorizar o sistema reprodutor humano, contudo há qualquer coisa que me fascina nestes pequenos pormenores da vida.

Genética poderá ser o meu rumo. Como tal, tratarei de rechear este blog com informação deliciosa sobre o assunto e, quiçá, levar alguém comigo no próximo ano! =)



Bom proveito!



segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Ranking

Resolvi apagar a minha postagem do "Ranking", como alguns devem já ter reparado, não por não concordar com o que lá estava escrito (mau era...) mas porque estava a levantar contorvérsias na turma, a meu ver desnecessárias.
Nunca foi minha intenção gerar conflitos nem mostrar superioridade que sei não possuir em relação a outros. Lamento qualquer coisa que tenha levado a uma má interpretação do que era a minha ideia original da postagem.
Peço também desculpa ao Patrício, à Margarida e à Hélia por terem os seus comentários sido apagados em conjunto com a postagem. Espero que continuem a dar a vossa opinião em relação ao que bem entenderem.
Cumprimentos
alcunha

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Sicko - O pesadelo de acordar na realidade

Pois é, depois de Fahrenheit 9/11, esta grande personalidade americana volta com mais uma crítica profunda, uma verdade que mata milhares de pessoas e atinge mais uns milhões.

Sempre com o seu boné, Michael Moore investiga agora o caso do sistema de saúde americano e descobre que este está... terrivelmente doente..

"Se quer ter saúde nos EUA, não adoeça." Assim o diz na capa do seu novo filme, que promete levantar vozes e protestos durante uns longos tempos.

Muito resumidamente, o sistema de saúde americana baseia-se numa grande rede de seguradoras que deveriam, supostamente, garantir os melhores cuidados de saúde aos seus clientes. A que melhor servisse seria a melhor servida, por assim dizer. O problema é que estas seguradoras existem para ganhar dinheiro, e sabem perfeitamente que se tivessem que pagar aos doentes, em vez de o contrário, ficariam prejudicadas. Assim, fazem das maiores falcatruas que se podem imaginar, desde dar bónus aos médicos que rejeitam o maior número de ajudas aos doentes, criar uma lista gigantesca de doenças que impedirão o cidadão comum de ter acesso ao seguro de saúde até rejeitar uma operação de cerca de 7000 dólares devido a uma micose na história clínica!

E o que mais me assusta, já como cidadã portuguesa, é o facto de quererem implementar este sistema fantástico em Portugal.

Enfim, vejam com os vossos próprios olhos e deixem que o medo vos ajude a pensar duas vezes antes de pensarem em votar nos queridos políticos que nos querem é ver mortos.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Ora bem..




Sei que não tenho actualizado as minhas "Experimentações de Terça-Feira". Peço imensas desculpas por isso.

De facto, não tenho nenhuma justificação muito plausível para a ocorrência. Talvez não goste, simplesmente, de fazer diários.

No entanto, é importante reflectir, e, portanto, irei resumir de um modo muito resumido mesmo o que até agora era altamente confidencial, pelo menos da minha parte.

Ora, entre vestir batas, tirar batas, sentar, levantar, ir buscar microscópios (mais conhecidos por MOCs, devido, provavelmente, à parecença com a consequência da sua má utilização, nomeadamente sobre a cabeça de outrem..), muita ciência tem passado pela nossa mão. O laboratório parece, na maior parte dos dias (digamos, nos dias que as aulas têm verdadeiramente interesse), uma "matança do porco" asseada. É o "chega cá o ouriço esmagado no meio das lamelas" ou o "dá cá o bocado de próstata de homem jovem" o pão nosso de cada dia.
E pior, acho que acabamos por nos habituarmos à ideia. Nem nos apercebemos que estamos a lidar com pedaços de seres sacrificados por nossa causa!

Bom, deixando-me de epopeias ridículas, têm sido aulas de carácter quase lúdico (se comparadas com outras) e ao mesmo tempo altamente didácticas, ao contrário de algumas aulas laboratoriais que tivemos a triste infelicidade de experimentar em anos anteriores..

É, como se diz nos relatórios, a melhor oportunidade para verificar na prática o que aprendemos na teoria, desde histologia a métodos contraceptivos, há tempo para tudo!

Nem que para isso tenhamos que sacrificar o ouriço do mar ou o pobre homem jovem que ficou sem próstata para que nós pudessemos constatar que os livros não nos andam a enganar!

Aconselho toda a gente a experimentar estas aulas, valem bem as 2h15 gastas semanalmente!

Cumprimentos


alcunha

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

As DST entabeladas

Visto ter ficado responsável pelas queridas DST e ter apenas falado de quatro (bom, falado, falado só a partir de amanhã, mas façamos de conta) para não me estender em demasia, deixo aqui um quadro elaborado por mim, com a ajuda de uns tantos cappuchinos, com as principais DST incidentes em Portugal Continental.
(Na Madeira têm uma pior que estas todas, chamada João Jardim, é parecida com os chatos, mas não descobriram ainda tratamento para ela. O problema é que faz muita comichão é nos nossos bolsos..)
Cá vai:


Espero que seja útil.




Cumprimentos

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

E esta?







Querem melhor exemplo para a imperiosa necessidade de revisão do código deontológico dos médicos?

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O ainda não famoso implante



Compreendo que estejam já um pouco saturados do assunto, mas achei que deveria dar um parecer meu sobre o método que mais me agradou de todos os que tratamos: O implante hormonal.

O implante é um pequeno bastonete de plástico semi-rígido, com quatro centímetros de comprimento e dois milímetros de diâmetro (semelhante a um pequeno fósforo). É aplicado sob anestesia local por baixo da pele, na face interna do braço.

Sendo hormonal, como o próprio nome indica, vai libertando progesterona no sangue em quantidades reduzidas (uma vantagem em relação à injecção hormonal, que as liberta de uma assentada), impedindo a ovulação e tornando mais espesso o colo do útero.

Não liberta estrogénios, pelo que mantém o endométrio num estádio de baixo desenvolvimento, incapaz de acolher um embrião.
Além do mais, a contínua libertação de progesterona leva a uma redução da menstruação, ou até mesmo o seu desaparecimento.

É um método ainda novo, pouco conhecido, mas creio que terá grandes hipóteses de singrar no mundo dos contraceptivos, uma vez ser altamente eficaz (cerca de 999%. de eficácia) e duradouro (pode durar até 3 anos, sendo possível, no entanto, retirá-lo antecipadamente, se assim for desejado). Além disso, é biodegradável, o que significa que, uma vez posto, nunca mais terão que se preocupar em retirá-lo, e, por ser posto no braço, não deixa margem para grandes preocupações inerentes.

Para terminar, creio que só me resta citar a Curralo: "Quem se casar comigo, já sabe do que a casa usa!"

Boa escolha!

sábado, 3 de novembro de 2007

Museu do Corpo Humano




Embora já todos devam ter conhecimento desta grande exposição que se encontra insalada em Lisboa, não custa nada reforçar a ideia (até porque este blog não é só visto por portugueses, pode sempre haver um romeno que sem querer encontre o meu blog e até decida vir a Lisboa ver o dito museu).


Falo do museu do Corpo Humano, que difere de todos os outros por ser formado por seres humanos verdadeiros, cadáveres reais dissecados.


Tudo aqui é verdadeiro, até os órgãos que demonstram o impacto dos maus hábitos e as consequências das doenças: «Tudo o que vê é real. Quando vê uns pulmões negros nós não pusemos o negro nos pulmões, o negro estava lá, o negro é do alcatrão do fumo do tabaco que se acumula nos pulmões e interfere com a capacidade do pulmão transferir o oxigénio. Quando o sangue não consegue obter oxigénio, todos os tecidos precisam de oxigénio para viver, então o coração é afectado, o sistema digestivo, os rins, tudo é afectado. Portanto, o que vêem aqui é autêntico e real. Pensamos que essa é a melhor forma das pessoas entenderem, não só como o corpo funciona mas também verem o impacto das doenças no corpo», explica Roy Glover


São 17 corpos e 250 fragmentos e órgãos que pemitirão ver a todos " o corpo humano como nunca visto".

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Todo um seguimento de um parto

Não me deixariam ver este vídeo no Youtube se eu não confirmasse a minha maioridade.
De facto é bastante chocante, nomeadamente a parte em que é dito que o sorriso que o bebé tinha dentro do saco amnióico desaparece logo após ele sair e se deparar com o mundo desagradável, cheio de barulhos, frio e fome. O sorriso só volta passado 4 meses (será que não lhe dão de comer até aí?).


segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Fala do Homem Nascido

Venho da terra assombrada,
Do ventre de minha mãe;
Nao pretendo roubar nada,
Nem fazer mal a ninguém.

Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.

Trago boca para comer
E olhos para desejar.
Com licença, quero passar,
Tenho pressa de viver.
Com licença! Com licença!
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo
Não tenho tempo a perder.

Minha barca aparelhada
Solta o pano rumo ao norte;
Meu desejo é passaporte
Para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham,
nem forças que me molestem,
correntes que me detenham.

Quero eu e a Natureza,
que a Natureza sou eu
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.

Com licença! Com licença!
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.


António Gedeão

Daqui nem o Scofield saía..


Condom cegonha


Não tendo muito que ver com nada...


Mostra a mentalidade das pessoas que carecem de educação sexual (e por vezes não).

Quem muito escolhe...



Este cartoon não se percebe muito bem, portanto vou passar a explicá-lo da forma como o percebi.
Nesta imagem vê-se uma senhora, que, depois de ler o que o senhor diz, se percebe que está a reclamar num banco de esperma.
Ora, o senhor diz "Olhe, minha senhora, a senhora é que pediu [esperma] de uma estrela famosa, com cabelo preto, nariz forte e olhos profundos.."

sábado, 27 de outubro de 2007

Em busca do relógio interior




Os ritmos biológicos fazem parte da adaptação dos seres vivos ao meio e são fundamentais paraa sobrevivência das espécies. Permitem ao indivíduo sincronizar-se com a sucessão do dia e da noite e controlar a alimentação, a protecção ou a caça, aproveitar ao máxio a luz solar ou regular a temperaura do corpo.
Cada um tem um temporizador diferente, o que explica por que motivo há pessoas diurnas e outras noctívagas, ou por que razão a sesta exerce um efeito reparador em alguns e, noutros, altera o sono.
Hoje sabemos que ada célula do nosso organismo tem um relógio incorporado. Nos mamíferos, o principal mecanismo regularizador é uma diminuta região no hipotálamo, que recebe informações do exterior e emite sinais que sinconizam os pequenos relógios do resto do organismo.

Sabemos também, por exemplo, que alguns pacientes deveriam tomar medicamentos contra hipotenão de noite, o que os protegeria de serem vítimas de um eventual enfarte ou derrame cerebral de manhã. A heparina (anticoagulante) exerce um efeito durante a noite, e os ataques de asma são mais frequentes e graves de madrugada. Isto explica por que motivo a cronoterapia favorece uma melhor resposta do organismo aos fármacos, pois toma em consideração as caracteristicas do medicamento e do paciente e a altura do dia em que a administração se revela mais eficaz.
O objectivo é precisamente sincronizar os tratamentos com os ritmos cicardianos de produção de hormonas, pressão sanguínea e temperatura do corpo, entre outras variáveis, para os tornar mais eficazes.

Muitos cientistas contemplam a possibilidade de aplicar fármacos anticancerígenos de acordo com as pautas da cronoterapia.
Um dos principais problemas da quimioterapia é que não faz distinção entre tumores malignos e células normais. Mata todas as que estejam em divisão; daí surgem os efeitos secundários. No entanto, a divisão anormal das células que conduz ao cancro segue um ritmo concreto e não se produz com o mesmo vigor em todas as horas. O segredo reside em conseguir determinar o momento em que as células saudáveis estão menos sensíveis e em administrar o anticancerígeno quando a multiplicação celular é mais lenta. Associando essa condição a um crescimento mais rápido das células canceríenas, encontra-se o momento em que se podem provocar mais danos na massa tumoral sem afectar o tecido tumoral.
Parece tão simples, que talvez se estejam a questionar: "Mas por que não é então utilizado este método em grae escala?" O principal problema é conseguir compreender a forma como os neurónios comunicam entre si e o resto do organismo. Só nesse momento é que será possível entender o nosso relógio interior. Até lá, é tudo muito empírico.



Retirado e sintetizado de:

Super Interessante, edição de Agosto de 2007

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Malária - Inimigo público #1





Um mosquito surge de noite e coloca-se sobre uma superfície de pele deixada a descoberto. Depois, mergulha as suas componentes bocais em forma de agulha na pele. É um Anopheles fêmea, o único mosquito portador do parasita da malária humana. Porquê fêmea? Porque os machos não têm qualquer interesse em sangue. Já as fêmeas precisam da hemoglobina rica em ferro para alimentar os seus ovos.


Atravessando a epiderme, perfura de seguida uma fina camada de gordura e, por fim, entra na rede sanguínea. Nessa fase, começa então a sugar. Para impedir o sangue de coagular, o mosquito reveste a zona picada com um borrifo de saliva, transportando com esta os parasitas para o organismo. São os parasitas unicelulares da malária, conhecidos por plasmódios. Apesar de entrarem, numa picada de mosquito, cerca de duas ou três dezenas destes, bastaria um único para matar um ser humano.

Após a sua inserção no organismo, são conduzidos pelo sistema circulatório até ao fígado, onde se instalam. Aí introduzem-se nas células hepáticas e começam a reproduzir-se. As células explodem. No espaço de 30 segundos, contudo, os parasitas voltam a alojar-se em novas células. E o ciclo continua.

Quando o organismo, entretanto, se apercebe, acciona o sistema imunitário: a temperatura eleva-se, com o sentido de derreter os invasores, o que raramente resulta. Estes conseguem inclusivamente controlar as células sanguíneas para os ajudarem a sobreviver. Em alguns casos, as células infectadas desenvolvem à superfície saliências parecidas com velcro e, ao passarem pelos capilares do cérebro, agarram-se firmemente às paredes, impedindo a circulação sanguínea no cérebro.


A infecção transformou-se em malária cerebral, a manifestação mais temida da doença. É nesse momento que o organismo começa a soçobrar: os parasitas destruíram tantos eritrócitos portadores de oxigénio que os restantes deixam de ser suficientes para garantir o desempenho das funções vitais. Os pulmões esforçam-se desesperadamente por respirar e o coração tenta a custo bater. A acidez do sangue eleva-se. As células do cérebro morrem.


A pessoa agita-se, sofre convulsões e, por fim, entra em coma. A malária ataca mais de 100 países e cerca de metade da população mundial. De entre os 500 milhões de infectados este ano, pelo menos um milho perderá a vida. Grande parte com idade inferior a 5 anos. A maioria vive em África.

Enquanto se procedem a métodos dos mais tradicionais (ervas chinesas, redes mosquiteiras), investigadores procuram o Santo Graal desta busca: a vacina que permita travar definitivamente a doença.
Stephen Hoffman é o fundador da única empresa dedicada exclusivamente à descoberta de uma vacina contra a malária. A empresa chama-se Sanaria, que significa “bons ares”, o oposto de malária. Trabalhando já há 14 anos no assunto, chegou já a estar extremamente confiante da descoberta para breve da dita vacina. Isto em 1984, ano em que o próprio se fez picar por um mosquito infectado para provar, diante de uma conferência médica, a eficácia deste tratamento. Na manhã seguinte à chegada, já sentia tremuras e febre. Descobriu que sofria de malária. Hoje, volvidos 20 anos, ainda não desistiu.

O grandioso objectivo de Hoffman é imunizar a totalidade dos 25 milhões de bebés que todos os anos nascem na África subsaariana. Ele acredita que pelo menos 90% destes bebés que todos os anos nascem serão imunes à malária. Se assim for, será a primeira geração de africanos que não padecerá da doença.


Artigo resumido de:
National Geographic, Julho 2007

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Prémio Nobel da Medicina in Público



Investigação premiada com Nobel da Medicina "é de extrema importância" 02.10.2006 - 12h33 Lusa

A investigação na área da informação genética distinguida hoje com o Prémio Nobel da Medicina "é de extrema importância" para a produção de nova terapêutica, considera o geneticista Carolino Monteiro.

Andrew Z. Fire e Craig C. Mello foram hoje galardoados com o Prémio Nobel da Medicina 2006 pelas suas descobertas na área da informação genética, anunciou o Instituto Karolinska de Estocolmo.Os dois laureados foram distinguidos pela descoberta do mecanismo fundamental para o controlo dos fluxos de informações genéticas, especificou a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska.Carolino Monteiro, geneticista e professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, explicou à Lusa a importância da descoberta deste mecanismo, denominado RNA de interferência (RNAi).O especialista pormenorizou que este mecanismo explica a sobrevivência da célula, nomeadamente quando sofre agressões, como durante uma infecção viral, por exemplo.A descoberta "é de extrema importância" para a terapêutica, uma vez que abre caminho na procura de mecanismos de protecção da célula.Para Carolino Monteiro, a atribuição do Prémio Nobel a uma investigação na área da genética não é uma surpresa, prevendo que esta venha a ser a área mais galardoada nos próximos anos."A genética é, sem dúvida, a área que mais irá contribuir para a terapêutica" nos próximos tempos, afirmou.Fire, nascido em 1959, é professor de patologia e de genética na Universidade de Medicina de Stanford, na Califórnia, e Mello, nascido em 1960, é professor de medicina molecular na Universidade de Medicina de Massachusetts.

O que eu disse, agora a cores

O mistério da gravidez múltipla


Calcula-se que, algures no planeta, nasçam por segundo cerca de 4 novos seres humanos.

Para tal ocorrer, é necessário que milhões de espermatozóides sejam libertados na vagina da mulher e que percorram todo um grande percurso até ao atingirem o óvulo.

Este será fecundado pelo primeiro espermatozóide que consiga atravessar a membrana externa, formando o ovo ou zigoto, que rapidamente irá dividir-se por mitoses sucessivas.

Tudo parece correr nos conformes. No entanto, em ocasiões especiais (1 em cada 250 casos), o embrião faz uma coisa extraordinária: divide-se em dois, duplicando-se e, como resultado, dá origem a dois embriões, independentes e idênticos. Serão os futuros gémeos, denominados de monozigóticos ou verdadeiros. Em casos ainda mais excepcionais podem mesmo duplicar-se uma outra vez, dando origem a quadrigémeos, também monozigóticos.

Não há certezas sobre as causas deste comportamento, mas comprovou-se que a probabilidade de ocorrência é maior no início ou no fim da vida fértil.
Estes gémeos são fisicamente semelhantes, no entanto, nunca cópias exactas uns dos outros.

Pode ocorrer tamém um outro caso: o da gravidez múltipla. O dos falsos gémeos, também chamados dizigóticos ou fraternos.
Nestes casos, há a libertação simultânea de dois óvulos pela mulher, os quais são fecundados por dois espermatozóides distintos. Darão, consequentemente, resultado a duas gravidezes independentes e simultâneas.
Estes gémeos serão tão parecidos um com o outro como dois irmãos nascidos dos mesmos pais.

A estatística revela que os falsos gémeos são mais frequentes do que os múltiplos monozigóticos, e algumas populações mostram mais propensão para tal. As mulheres de uma tribo da Nigéria, por exemplo, têm por hábito ingerir um alimento com estrogéneos vegetais, que propicia ovulações múltiplas.
Outro factor determinante para o "aumento da taxa de ocorrência de gémeos e de trigémeos em Portugal deve-se aos tratamentos de infertilidade e ao adiamento da gravidez para o extremo da vida reprodutiva", revela Miguel Lopo Tuna, especialista em obstetrícia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.


A solução poderia ser "a comparticipação dos tratamentos, de modo a que os casais pudessem fazer mais tentativas, diminuindo o número de embriões por tentativa". Na fertilização in vitro é mais fácil controlar o risco de gémeos, "porque o número de embriões introduzidos no útero da mulher é decidido pelo médico"

Pelo contrário, nos tratamentos em que se induz a ovulação, se a mulher tiver uma resposta exagerada à medicação, poderá ter tantos embriões como óvulos fecundados, pelo que deixa de ser possível controlar o número de embriões que se desenvolve.


Hoje, mais do que nunca, a aritmética da concepção pode causar surpresas aos futuros progenitores.

É preciso estar preparado para uma situação inesperada que pode, em determinadas ocasiões, levar a uma grande dificuldade, nomeadamente económica, por parte dos pais.
Para mais informações:
National Geographic, edição de Maio de 2007

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Pílula do dia seguinte vendida em supermercados?



A pílula do dia seguinte é um dos medicamentos que se vendem sem receita médica e que poderão passar a ser adquiridos nos supermercados, diz a edição desta terça-feira do Público.


Apesar de a maioria dos especialistas considerarem que a venda deste fármaco nas grandes superfícies não traz riscos para a saúde pública, alguns vêem na pílula do dia seguinte o exemplo da necessidade de reavaliar e restringir o grupo de remédios que passarão a ser comercializados fora das farmácias.


Luís Graça, presidente do colégio de especialidade de ginecologia e obstetrícia da Ordem dos Médicos, em declarações ao Público defende que é necessário que a lista de medicamentos não sujeitos a receita médica seja «reavaliada, para verificar o que pode ou não ser incluído» nesta nova forma de venda.


Luís Graça explica que a contracepção oral de emergência apresenta «grande concentração de estrogéneos», que traz perigos para quem sofre de doença vascular. A venda em hipermercados é uma boa medida para medicamentos como a aspirina ou os antiácidos mas não para a pílula do dia seguinte, que «pode ter efeitos secundários graves».


Esta deve ser «uma excepção», afirma. António Marques da Costa, da Ordem dos Farmacêuticos (OF) concorda com esta posição e afirma que este é talvez «o exemplo mais paradigmático» da necessidade de se estabelecerem «medidas restritivas» da venda fora das farmácias. E diz ainda que se opõe a esta liberalização de venda, lembrando que os profissionais disponibilizam informações a quem adquire este medicamento.


Também o médico Walter Oswald considera que «os medicamentos de venda livre não são todos iguais e que uns acarretam maiores riscos», sendo necessária a discussão sobre esta matéria. Quanto à pílula do dia seguinte, afirma: «É inacreditável que possa ser vendida num supermercado».


Opinião contrária tem o professor da Faculdade de Medicina de Lisboa e obstectra Miguel Oliveira e Silva. «Não vejo qualquer inconveniente. Os medicamentos não vão ser vendidos ao pé dos iogurtes, mas sim numa dependência recatada e onde estará um técnico de farmácia», nota.Maria José Alves, coordenadora de consulta de mães adolescentes grávidas na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, diz que, independentemente do ponto de venda, o mais importante é explicar às mulheres e raparigas que a pílula do dia seguinte não deve ser usada como contraceptivo regular. «O efeito perverso do seu uso é resultado de má informação».O presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e Obstetrícia, Carlos Santos Jorge, acredita igualmente que a venda da pílula do dia seguinte em grandes superfícies não vai alterar a situação actual. «As jovens já a consomem como contracepção regular, quase de rotina, mesmo sendo vendida só em farmácias». Defende antes que a venda do medicamento seja acompanhada de uma explicação, por exemplo através de um folheto informativo.



Reparem numa coisa: Se ela já não necessita de receita médica, não é por se vender em supermercados que alguma coisa vai ser alterada. Qualquer mulher poderia chegar à farmácia e pedi-la, sem alguma restrição, julgo eu. De qualquer das maneiras, haverá sempre um "vendedor" nessas pseudo-farmácias de supermercado que deverá aconselhar quem as consome, por assim dizer. Pelo menos deveria.

Creio que aqui o que está em questão não é propriamente o aumento da utilização não-controlada deste medicamento, mas será, talvez, a utilizaçao não-controlada em si.

A diminuição da sua utilização e a sua utilização em casos excepcionais deverá passar por um maior esclarecimento, não só da mulher, como do casal, bem como a apresentação de alternativas mais saudáveis.

Isto porque não vejo como alternativa a necessidade de prescrição médica, demasiado morosa para uma situação que requer alguma urgência.


Cumprimentos



Retirado de:




segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Descoberta na Etiópia a menina mais antiga do mundo




Desenterrada passado 3,3 milhões de anos da sua encarceração em arenito, esta menina é o mais completo bebé da antiguidade e um dos melhores fósseis do Australopithecus afarensis.


Sendo da familia da famosa "Lucy", fóssil de mulher com 3,2 milhões de anos, esta menina distingue-se por possuir os dedos da mão, um pé, o tronco completo e... rosto!



Conhecida como a menina de Dikika, local onde foi encontrada, esta fornece pistas sobre forma como se esbateram as diferenças entre os macacos e os humanos.



O formato dos ombros da bebé, por exemplo, assemelha-se ao de um gorila jovem. Já o ângulo que o férmur forma entre a bacia e o joelho é parecido com o de um humano actual, sugerindo uma postura bípede eficiente.






Embora este local da Etiópia seja o mais propício à recolha de fósseis, a região do vale do Rifte é frequentemente atormentada por lutas políticas, doenças, secas e cheias repentinas, o que o torna também um dos mais difíceis para buscas intensivas.







Assim, subsistem ainda lacunas sobre a morfologia do fóssil, podendo brevemente ser preenchidas.















Extracto de National Geographic, data de Novembro de 2006

Para mais informações:
ngm.com/0611

domingo, 30 de setembro de 2007

A pílula - Conto de fadas

Glossário

A
Alelo - Um alelo é cada uma das várias formas alternativas do mesmo gene, ocupando um dado locus (posição) num cromossoma.





Dihibridismo - Estuda-se a transmissão de duas características e as relações entre si.
Dismenorreia - menstruação dolorosa

E
Ervilheira - Leguminosa da qual se extraem diversos tipos de grão (ervilhas) que constituem um excelente alimento. Devido à sua velocidade de formação de descendência, grande número de descendentes formados e forma das pétalas, que permite a autopolinização, a ervilheira foi um grande contributo para Mendel.
EFE
Fenótipo - Manifestação específica de uma certa caracteristica. O fenótipo é determinado até certo ponto pelo genótipo, ou seja pela identidade dos alelos que um indivíduo possui num ou em mais loci dos cromossomas. Grande parte dos fenótipos são determinados por genes múltiplos e influenciados por factores ambientais. Assim, nem sempre a identidade de um ou de alguns alelos conhecidos permite prever o fenótipo.
Fenótipo Recombinante - Fenótipo formado quando há a junção de factores de tal forma que a combinação dá origem a indivíduos com um fenótipo novo, resultante da combinação dos fenótipos dos dois progenitores.
Fundo Genético - Fundo genético é o conjunto de indivíduos de uma determinada espécie que num dado momento ocupam uma determinada área geográfica que trocam livremente entre si os seus genes.
GUÊ
Gene - Segmentos de ADN com um determinado número de nucleótidos e com uma ordem própria constituem uma unidade de linguagem química designada por gene. O gene é um segmento de um cromossoma a que corresponde um código distinto, uma informação para produzir uma determinada proteína ou controlar uma característica, por exemplo, a cor dos olhos.
Gene Dominante - Gene dominante é um gene que no estado heterozigótico se expressa com predominância sobre a expressão do gene recessivo. Um indivíduo heterozigoto carrega consigo dois alelos diferentes do mesmo gene.
Gene recessivo - Gene cuja característica não aparece expressa no estado heterozigótico. Um gene recessivo só produz a sua característica quando o seu alelo está presente nos dois pares de cromossomas homólogos e só se manifesta na ausência de seu gene contrário, " dominante." Geralmente genes recessivos, estão ligados a cores, mais podem caracterizar também síndromes, doenças, causadas por genes recessivos anormais como é o caso do daltonismo. Quando o índividuo carrega consigo dois pares de genes iguais para determinadas características teremos indivíduos albinos quando o genótipo for aa. Esses genes são chamados recessivos porque ele fica escondido (em recesso) quando o gene dominante está presente. No caso de herança ligada ou restrita aos cromossomos sexuais, o gene recessivo pode-se manifestar, mesmo em dose simples. Uma outra forma de se distinguir o gene dominante do recessivo é representá-lo por uma letra seguida do sinal +. Usando o mesmo exemplo de cor das flores, o gene dominante seria designado por a+, e o gene recessivo por a. Essas regras de representação de genes não são obrigatórias, mas são geralmente usadas. Apesar disso, é sempre conveniente que se faça uma legenda, indicando os símbolos que estão sendo empregues para se representar os pares de alelos. As hemofilias A e B agem como caracteres recessivos ligados ao sexo.
Genética - Genética, do grego genno (fazer nascer), é a ciência dos genes, da hereditariedade e da variação dos organismos; Ramo da biologia que estuda a forma como se transmitem as características biológicas de geração para geração.
Genoma - Toda a informação hereditária que se encontra codificada no ADN de um organismo. Inclui tanto os genes como o ADN-lixo (intrões).
Genótipo - Conjunto dos genes de um indivíduo. Condiciona o fenótipo.
Glossário - vocabulário em que se explicam palavras pouco conhecidas ou de sentido obscuro
Gravidez Ectópica - A gravidez ectópica ocorre quando o ovo fertilizado se implanta fora da cavidade uterina. Conforme a gravidez se desenvolve causa dores e sangramento. Se não for tratada rapidamente pode romper a trompa e causar sangramento abdominal que pode levar ao colapso cardiovascular e morte da mãe.


AGÁ
Hereditariedade - Conjunto de eventos biológicos responsáveis pela transmissão de uma herança a seus descendentes através de seus genes. A informação genética é transmitida através dos genes, porções de informação contida no DNA dos indivíduos sob a forma de sequências de nucleótidos. Existem dois tipos de hereditariedade: especifica e individual. A hereditariedade especifica é responsavel pela transmissão de agentes geneticos que determinam a herança de caracteristicas comuns a uma determinada especie. A hereditariedade individual designa o conjunto de agentes geneticos que actuam sobre os traços e caracteristicas proprios do individuo que o tornão um ser diferente de todos os outros.

Híbrido - Indivíduo resultante da união de duas espécies diferentes mas semelhantes, regra geral estéril, devido a incompatibilidades genéticas. A mula é um bom exemplo de um organismo híbrido, resultante da união de um cavalo com um burro.


I

JOTA

KAPA

EL
Lei da Segregação Factorial - Segundo Mendel, aquando da formação dos gâmetas, havia a segregação dos factores que determinavam uma característica específica, ou seja, cada factor ia para um gâmeta.

Lei da Segregação Independente - Dois factores determinantes de duas características diferentes são segregados independentemente um do outro, formando-se, assim, 4 fenótipos e 9 genótipos diferentes.
Linha Pura - Constituída por indivíduos puros.

EME
Mendel, Gregor - Gregor Johann Mendel nasceu em 1822, na Silésia. Segundo consta, era pobre, e aos 21 anos de idade entrou para um convento da Ordem de Santo Agostinho, sendo mais tarde enviado para Viena a fim de estudar história natural. Indicado depois para professor-substituto dessa matéria, jamais conseguiu, entretanto, a aprovação nos exames para se tornar efectivo no cargo. O seu trabalho genial colocou-o ao nível dos maiores cientistas da humanidade. A sua obra Experiências com hibridização de plantas, que não abrange mais de 30 páginas impressas, é um modelo de método científico. O que descobriu, e vem sendo ensinado desde 1900, tornou-se absolutamente imprescindível para a compreensão da Biologia moderna.

Monohibridismo - Estuda-se a transmissão de apenas uma característica específica

ENE

O



QUÊ

R(r)Ê





U



XIS
Xadrez Mendeliano - Tabela de dupla entrada onde se colocam os gâmetas possíveis de ambos os progenitores e o genótipo provável para a descendência.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Exterminação cuidada e limpinha

Às vezes ponho-me a pensar (por incrível que pareça também uso disso, mas só aos sábados, às 15.29, mais do que isso já incomoda), e das últimas coisas que me ficaram a remoer na cabeça foram as palavras do meu professor de biologia sobre o tempo de produção de um espermatozóide, bem como os efeitos que causa uma eventual morte dos espermatozóides existentes no momento.

Não é preciso ser um crânio nem sequer pensar muito para chegar a esta conclusão: Se os espermatozóides morrem, o homem fica estéril.

Pois bem, até isto foi dito na aula. Se um acidente, ou sessões de quimioterapia ou algo do género, levar(em) à morte involuntária dos espermatozóides armazenados, o ex-possuidor destes ficará sem poder engravidar (alguém, obviamente) durante 3 meses, tempo necessário à formação de novos espermatozóides.

O que me pergunto agora é: Será possível fazer com que eles morram voluntariamente?
É claro que se teriam que ter em conta os prós e os contras, de modo a que nada afectasse o ulterior desenvolvimento dos mini combatentes da Grande Guerra.

É claro que se teriam que mudar mentalidades, e talvez fosse esta a parte mais difícil, pois ainda agora uma vasectomia é algo bastante mais simples de se fazer que uma laqueação de trompas, uma pequenina cirurgia, em 15 minutos está pronto para ter alta, nem baixa precisa de meter, mas o verdadeiro "macho man" nunca faria uma vasectomia, ficar agora sem o seu exército, era mesmo o que faltava!

Reparem, neste caso é só 3 meses, podiam criar uma espécie de pílula masculina que necessitassem de tomar apenas de 3 em 3 meses, não deixariam de ser homens por causa disso, nem mesmo impotentes, assim o creio!

É claro que se tinha que ter em atenção um factor muito importante: os espermatogónios não poderiam de forma alguma ser mortos, não fosse ficarem estéreis de vez! Certamente haverá algo que distinga estas células das mais desenvolvidas, velocidade de crescimento, modo de divisão celular, algo que se pudesse encontrar laboratoriamente e a partir dessa pequena discriminação extreminar os necessários.

Não me tomem agora por nazi, lembrem-se que toda esta selecção é apenas para garantir que a fecundação seja dada com o indivíduo certo no momento exacto. É para o bem da comunidade.

"I have a dream" disse Luther King. O meu sonho é que me levem a sério quando falo e digo o que penso.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Rato salva Humanidade (mais uma vez, coitado)





Cientistas japoneses descobriram recentemente uma proteína do esperma de rato (também presente no esperma humano), que é necessária para a fertilização.

Segundo uma publicação datada de Março pelos encarregados pela investigação, esta pode conduzir a novos tratamentos de fertilidade.

Os cientistas, liderados por Masaru Okabe, director do Centro de Pesquisa de Informação Genética da Universidade de Osaka, no Japão, desenvolveram um rato geneticamente modificado, com a falta de uma imunoglobulina que se encontra normalmente no esperma e concluíram que, apesar de este ser saudável e continuar a produzir esperma, não conseguia fazer engravidar as parceiras.

A descoberta promete benefícios nos tratamentos clínicos de fertilidade e no desenvolvimento de novos métodos contraceptivos.



BBC NEWS




As minhas dúvidas são as seguintes:



1. Como conseguirão eles agora manipular a dita proteína em nosso benefício? (Creio que não terão grandes problemas, mas gostaria de saber como o fazem, a sério que gostaria)

2. Serão métodos reversíveis? Pílulas que inibiam a produção da proteína? Não sei bem como a proteína funciona, mas creio que teriam que trabalhar a nível genético para inibir a sua produção. Talvez um método mais eficaz fosse mesmo descobrir um agente que alterasse a forma da proteína (Alguém se lembra das bacérias do ácido láctico? Hum..)

3. Falaram também em tratamentos da fertilidade.. Será que uma percentagem dos homens inférteis terá a causa do seu problema prestes a ser desvendada? Mais uma vez, como irão regular o funcionamento de uma proteína?



Bem, neste momento creio ter já escrito mais a questionar do que está escrito na própria notícia, portanto vou deixar agora ao vosso critério comentar ou não a notícia. Quem tiver espírito de cientista pode também aventurar-se pelo mundo da hipótese (e da filosofia, quem sabe..).



Cumprimentos

sábado, 22 de setembro de 2007

Os telemóveis matam os espermatozóides?

Há anos que se tem vindo a descobrir os vários malefícios do uso do telemóvel.

Primeiro vieram os rumores sobre cancros cerebrais. Depois, a ligação evidente entre estes e o aumento do stress e uma condução mais perigosa,

Agora, um estudo recente mostra que estes pequenos aparelhos estão a provocar sérios danos na fertilidade masculina. Cientistas do Centro de Pesquisa Reprodutiva (Reproductive Research Center) estudaram uma amostra de 361 homens e descobriram que, quanto mais tempo o homem gasta com o telemóvel por dia, menor é a qualidade do seu esperma.

Os resultados são alarmantes! Segundo o estudo, ss homens que costumavam usar o telemóvel mais de 4 horas por dia tinham uma redução da qualidade do esperma de 41% relativamente àqueles que nunca o tinham usado. Mesmo aqueles que usavam o telemóvel apenas 2 horas por dia viam a efectividade reduzida 20%.

Segundo o líder do estudo, Ashok Agarwal, uma das possibilidades é que a radiação eletromagnética emitida pelos telemóveis, quer em funcionamente, quer em repouso, possa afectar a região do cérebro responsável pela ordem de produção de testosterona.

Uma outra hipótese é que essas mesmas radiações, produzidas por telemóveis geralmente guardados nos bolsos ou no cinto, possam afectar directamente o desenvolvimento dos espermatozóides.

Estudos independentes mostram que ondas rádio, de frequência semelhante à das emitidas pelo telemóvel, danificam o DNA dos espermatozóides.

Mas não entrem em pânico: O estudo, em fases para já pouco maduras, não controlou ainda os factores idade, stress, e outros que possam pôr em causa a veracidade do resultado.

"Eu não deixei de usar o meu telemóvel", diz Andrew La Barbera, director científico da Sociedade Americana da Medicina Reproductiva.

Já Agarwal avisa que "o melhor é começar a afastar um pouco o telemóvel do corpo"

Cabe agora a cada um decidir o que fazer.




(Traduzido e adaptado de http://www.popsci.com/popsci/science/87a8c1baf787f010vgnvcm1000004eecbccdrcrd/5.html)

A Grande Guerra

Não é fácil ser-se espermatozóide.

Imaginem como será pertencer a um grupo de 300 ou mais milhões "iguais" a nós, onde só um poderá vencer.

A probabilidade de singrar é bastante menor que ganhar a lotaria, vos garanto. E, tal como esta também há a hipótese de nenhum alcançar o pódio.

Aquando a cópula, os espermatozóides são "chamados aos postos", como que soldados se tratassem, tendo que estar plenamente preparados para esta pequena grande corrida que irão travar. São 3 meses de preparação para este momento. A pressão é enorme.

Entretanto, o seu meio de saída para o exterior executa movimentos extremos, bruscos, que, além de proporcionarem um enorme prazer, vão retirando estrategicamente os espermatozóides contidos na vagina de um possível rival. É um "jogo sujo", de sobrevivência, experimentado não só pelos humanos.

Quando o momento chega, os bravos guerreiros são lançados a uma velocidade de quase 20km/h, juntamente com um fluido seminal que lhes dará alimento durante a viagem, bem como permitirá uma pressão suficiente para arrancar do útero um possível inimigo que terá ficado escondido.

Com as tropas já no interior, há que ultrapassar os obstáculos. Para isso, conta-se com 3 tipos de espermatozóides: os potenciais fecundadores (aproximadamente 1 milhão por ejaculação), os bloqueadores (aproximadamente 100 milhões), que dão a vida para cobrir o avanço dos outros, e os assassinos (aprox. 200 milhões), cuja missão é descobrir e eliminar a concorrência.

Quando o óvulo chega à zona de fecundação, os espermatozóides alojados no útero têm oportunidade de percorrer o restante percurso e tentar alcançar o objectivo.

Se, nesse entretanto, a mulher manteve relações com o mesmo parceiro, os guerreiros "veteranos" morrerão para dar lugar às novas gerações mais resistente.

Caso contrário, dar-se-á o que Robin Baker e Mark Bellis, biólogos britânicos, chamam de "guerra espermática", um feroz combate entre os dois exércitos.

É nesta altura que actuam os espermatozóides assassinos, equipados com grandes quantidades de frutose, procurando ADN estranho e eliminando-o com um veneno celular.

Após os potenciais fecundadores entrarem, os bloqueadores coagulam, formando uma parede rígida que impede possíveis rivais de prosseguirem.

Chega então a parte em que o factor sorte entra em acção: Os que continuam em competição são obrigados a atravessar inúmeros obstáculos, tais como toxinas ou mesmo "labirintos", onde acabam por morrer antes de encontrar saída.

Assim, o espermatozóide que chegou à meta pode sentir-se feliz. Mas não descansado. A corrida ainda não acabou; o objectivo não é só chegar ao óvulo; é necessário fecundá-lo.

As alianças são quebradas, é a altura do cada um por si.

Ainda não se conhece a razão pelo qual fecunda um o óvulo e não outro.

Descobriu-se, no entanto, algo bastante interessante: Se muitos chegam à meta, talvez por ser sinal de uma má selecção, é despoletada a produção de um veneno por parte dos espermatozóides assassinos que matará o óvulo.

Por sua vez, a vagina não tem um papel passivo.
Quando o sémen e indesejado, esta faz os possíveis para o retirar da sua beira. A bem ou a mal.

Na pior das hipóteses, envia lucócitos que tratarão de destruir os pequenos guerreiros de forma violenta.

Já se lhe forem favoráveis, terão estes um chamado "tempo de repouso" de 5 dias.

Uma outra descoberta interessante é o relógio interno masculino.

Não podendo ter a certeza que o sémen é seu, o homem desenvolveu uma táctica que funciona à base do tempo que decorreu desde a sua última cópula.

Se for pequeno, a possibilidade de possuir sémen de outrem é menor, logo, serão enviados menos soldados para o terreno. Afinal, o tempo de estágio é grande, não se deve desperdiçar.

Já se o tempo decorrido é grande, o número de guerreiros é consideravelmente maior.

Como se pode ver, a batalha pela vida começa já antes de nascermos.

Talvez seja por isso que o gosto pela guerra nos esteja no sangue, e não conigamos viver por longos períodos de paz.

São genocídios maiores que alguma vez possamos imaginar que ocorrem diariamente.

Tudo para que o melhor ou o mais sortudo possa dar origem a um de nós.
Assim, quando pensarem que não valem para ninguém, lembrem-se que já milhões morreram para vocês singrarem. É sinal que são mesmo importantes.

Cumprimentos
Para mais informações:
Super Interessante, n.º 107;
Sperm Wars, BAKER, Robin

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Temos que começar por algum lado...

Aula prática nr. 1.

"No âmbito da disciplina de biologia...". Assim começou o primeiro de muitos relatórios que virão ulteriormente, por certo.

Foi uma experiência única, a primeira vez. Aquela em que somos tratados como meninos pequenos, que nunca viram um microscópio à frente.

"Isto é um microscópio!" - Diz o professor. Os nossos olhos abrem-se de espanto "uauuuuu" dizemos, com a boca muito aberta, enquanto olhamos para a raridade que se encontra à nossa frente.
O professor aproveita bem o momento, sabe que será único, uma vez que após várias aulas de manejo com o dito aparelho estaremos já saciados de o apreciar.

Talvez não tenha sido bem, bem assim que aconteceu, mas é o que continuo a dizer, temos que começar por algum lado!

Fomos incumbidos de visualizar a epiderme de um caule de Tradescantia, planta pequena de caule verde e tenro, algo indispensável para perceber por que, quando vista a microscópio, apresenta ostíolos.

Admito que não foi simples conseguir retirar a epiderme do caule, estando habituada à epiderme de cebola, que à primeira oportunidade sai do berço criador. Não foi, no entanto, algo impossível.

Após retirar a dita "película" transparente, coloquei-a em cima da gotinha de água da lâmina (há que deixar o preparado em meio aquoso, para não alterar muito as características), e, quando tudo pronto, vi-me por fim perante a ocular, espreitando para todo esse mundo microscópico.

Grande desilusão foi para mim quando, da primeira vez, nada vi se não filamentos indefinidos, sem qualquer parecença com o que imaginava de células vegetais.

Não desisti. Tinha que dar luta à planta que insistia em não se mostrar para mim. Tentei retirar um pouco mais de parênquima que ainda se encontrava agarrado à epiderme, que sabia eu ser transparente.

E não poderia usar melhor expressão que a famosa "fez-se luz!". Tudo o que anteriormente estava escuro, sem traços concretos, aparecia agora iluminado! Vi a parede celular, as células afiladas, seguidas. Descobri algo que deveria saber desde o 10º: O caule tem ostíolos! É que, sei agora, nos primeiros anos (ou mesmo apenas primeiro) de vida, o caule é tenro e desempenha a mesma função respiratória que as folhas da planta.

Foi uma experiência interessante, nem o relatório conseguiu travar a minha boa disposição e vontade de continuar a realizar experiências.

Todas as terças estarei lá, com vontade de trabalhar!
E posteriormente aqui postarei o sucedido, bem como o meu parecer!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Para que não digam que este blog não tem ares de conexão com a biologia, deixo aqui uma notícia que intriga, não só a mim, como aos biólogos, nomeadamente os portugueses, creio.


"Por favor, não mordam os tubarões
12.09.2007, Ana Fernandes

Portugal é o terceiro país da União Europeia que mais caça tubarões. Há quase 50 espécies do animal nas águas nacionais. Uma associação internacional pediu ontem em Lisboa que se proíba a pesca só para tirar barbatanas

Por alguma razão bizarra, há em Nova Iorque dez vezes mais pessoas que são mordidas por outros seres humanos do que gente que levou dentadas de tubarão em todo o mundo. Com a pior das famas, este peixe é visto como um temível predador, doido por arrancar pernas a banhistas incautos.

Nada mais errado. Não são uns santos, é certo, são animais selvagens que usam o que a natureza lhes deu - poderosas mandíbulas - para se alimentarem. Mas humanos não são, de todo, o seu pitéu favorito. "Têm de ter acordado com os pés de fora, estarem com muita fome ou serem muito chateados", diz João Correia, um biólogo marinho que se dedica a estudar tubarões e raias. (...)

São 47 espécies de tubarões e três de quimeras, um primo dos primeiros e que é "uma mistura entre coelho, rato, peixe e sapato velho", descreve João Correia. Até o mediático tubarão-branco por cá passeia de vez em quando. Alguns estão criticamente em perigo - como é o caso do tubarão-anjo. (...) Também a tremelga, o carocho ou a tintureira começam a ficar ameaçados. Os douradinhos.

Mas para que é que Portugal pesca tubarões, pergunta-se. Antes de mais porque vem nas redes ou artes de pesca usadas para capturar outras espécies comerciais. É o chamado bycatch que está a ser cada vez mais aproveitado dado o declínio dos recursos tradicionais. No caso da tintureira, por exemplo, já se encontram postas nos supermercados. A sua carne é sobretudo para peixe processado, o caso dos douradinhos, por exemplo, que de pescada já têm muito pouco.Mas o grande negócio assenta sobretudo nas suas barbatanas - transaccionadas a preços fabulosos -, que daqui seguem para Espanha e depois para a Ásia para fazer as famosas sopas. Sopa essa que na maior parte das vezes é canja de galinha, usando-se as barbatanas para dar a consistência. "Porque é que ninguém diz àquela gente que a gelatina ou a farinha Maizena servem os mesmos propósitos", sugere Correia."Antes eram um mimo gastronómico para imperadores mas agora popularizou-se. As pessoas já a podem adquirir e o Ocidente aderiu à moda", disse Uta Bellion, da Shark Alliance, uma associação que reúne várias organizações não governamentais, cientistas e até mergulhadores.(...)

De 1986 a 2001, foram desembarcadas em Portugal 82.704 toneladas de tubarões e só em 2005 chegaram aos portos nacionais 15.360 toneladas, a maioria do Atlântico e alguns do Índico. As tintureiras são as grandes massacradas, seguidas pelas mantas, anequim, a lixa e o carocho.Os tubarões-anequim, martelo e raposo, que representam uma grande percentagem dos animais capturados, são considerados vulneráveis.

Os mais de 50 milhões de tubarões mortos todos os anos no planeta servem diversos fins. Além das barbatanas, a carne é crescentemente apreciada, aproveita-se o óleo do seu fígado, as cartilagens vão para a indústria de cosmética e a pele serve para cintos, sapatos e companhia limitada, explicou Uta Bellion.

Mas o grande problema da pesca de tubarão reside sobretudo no apetite pelas barbatanas. Além de serem mais valorizadas economicamente, ocupam menos espaço nos barcos, o que leva os pescadores a apanhar os bichos, cortarem-lhes os membros e largarem-nos na água, muitas vezes ainda vivos.A lei comunitária, diz Sonja Fordham, permite que se faça isto até um limite, mas que é largamente ultrapassado. Portugal é um dos cinco países da União que permite a remoção das barbatanas no mar.É esta a grande batalha da Aliança para os Tubarões. Não pretendem proibir a pesca mas sim acabar com a possibilidade de desembarcar apenas barbatanas, obrigando os pescadores a trazer o animal inteiro para terra, o que diminuiria a sua matança dada o espaço limitado dos porões.Para isso, pretendem que a Comissão Europeia cumpra uma promessa feita em 1999, que é a de estabelecer um plano de gestão para estes peixes, com base em conhecimento científico, para se tomarem as medidas consideradas adequadas para garantir a sobrevivência de um animal que habita os oceanos há 400 milhões de anos.

Mas porque é que o mundo se deve preocupar com um animal aparentemente tão desagradável? Uma pergunta que está viciada de ideias erradas. Indo por partes. Além do respeito por uma espécie que antecede, e muito, a presença dos humanos sobre o planeta, acresce a própria saúde dos oceanos. Como predadores de topo, têm um papel fundamental na estabilidade das cadeias alimentares. Um exemplo simples: as sardinhas são comidas pelas focas que, por sua vez, são comidas por tubarões-brancos. Há uns anos, na Califórnia, alguém se lembrou de matar os tubarões, descontrolando a população de focas, que chacinaram as sardinhas e deixaram os pescadores na falência.

Além disso, são animais muito vulneráveis, apesar de bem adaptados ao meio em que vivem. Isto porque amadurecem tarde - pelo que se morrem jovens não se reproduzem, têm poucos filhos e longos tempos de gestação. Portanto são muito susceptíveis à sobrepesca.

Mas indo ao que interessa, serão assim tão temíveis? É um mito, asseguram os seus defensores, e têm várias estatísticas estranhas para o provar: nos EUA e Canadá, cerca de 40 pessoas são mortas anualmente por porcos, seis vezes mais do que os tubarões matam em todo o mundo. Há 16 vezes mais probabilidade de se ser atingido por um raio do que ser mordido por um tubarão e morrem mais pessoas no mundo devido à queda de cocos do que os que são mordidos por estes peixes. Entre todas as espécies de tubarões, aquele que mais mata é o tubarão-branco seguido pelo tubarão-tigre. Mesmo assim, o seu currículo é de desprezar. De 2000 a 2004 houve entre 57 a 78 acidentes no mundo com tubarões e entre 4 a 11, conforme os anos, é que foram fatais. Só que são acidentes muitíssimo mediáticos."Temos de ser amigos dos tubarões", diz Uta Bellion. E, contra todos os preconceitos, até dá para ser amigo do peito. Que o diga João Correia que, durante o estágio que fez nas Bahamas não perdia a oportunidade de, nas horas vagas, ir nadar com os bichos. Talvez não lhes desse muitos abraços mas o certo é que ele e os seus colegas saíram sempre sem uma beliscadura. "

in Público





É o silêncio dos indigentes que grita nesta notícia.
Sem que nada possam fazer, cabe a nós ouvir o que não dizem e socorrê-los, antes que seja tarde demais.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

An Inconvenient Truth

Cá fica um filme/documentário obrigatório para todos.

Sei que já todos ouviram falar, mas nada custa relembrar.

(Dizem os entendidos da publicidade que é através do recalcar, recalcar, recalcar que se chega ao comprador.)




Dá que pensar não dá?

Despoluir não é assim tão difícil, o que custa é começar..

Descoberta nova aranha em Portugal

Durante algum tempo reflecti sobre se deveria classificar esta descoberta com um feliz ou um infelizmente.

Acabei por me decidir pelo felizmente, porque não é o facto de ser uma incógnita para nós que faz da aranha inexistente. Ela continua lá.

A aranha que falo chama-se malthonica oceanica.

Trata-se de uma pequena aranha, muito simples, que se encontra agora em estudo pela UAB (Universitat Autònoma de Barcelona).

Pelo que já se sabe, é uma espécie rara (aqui se emprega o felizmente) que domina nomeadamente na "zona mais ocidental da Península Ibérica", parente de outra espécie tipicamente portuguesa, a malthonica lusitania, já mais complexa e abundante.

Mais notícias são esperadas deste pequeno animal da família dos aracnídeos.

O preâmbulo da minha existência como blogger

Pois é. Após 11 anos de mais do mesmo surge-me a oportunidade de criar um blog.

Propôs-mo o meu professor de biologia. Incumbiu-me de o fazer, tal como a outros 22 alunos que pertencem à minha turma. E acho que não se ficou por aí, outros tantos seus pupilos terão que, mais cedo ou mais tarde, se ver em frente a um computador com o fim de pesquisar actualidades biológicas, ou biologias actuais e daí retirar as suas conclusões e "reflexões", exprimindo-as no "papel" (digital) para quem quiser ver.

Vou tentar fazer o meu melhor.

Apreciem a estadia!