A pílula do dia seguinte é um dos medicamentos que se vendem sem receita médica e que poderão passar a ser adquiridos nos supermercados, diz a edição desta terça-feira do Público.
Apesar de a maioria dos especialistas considerarem que a venda deste fármaco nas grandes superfícies não traz riscos para a saúde pública, alguns vêem na pílula do dia seguinte o exemplo da necessidade de reavaliar e restringir o grupo de remédios que passarão a ser comercializados fora das farmácias.
Luís Graça, presidente do colégio de especialidade de ginecologia e obstetrícia da Ordem dos Médicos, em declarações ao Público defende que é necessário que a lista de medicamentos não sujeitos a receita médica seja «reavaliada, para verificar o que pode ou não ser incluído» nesta nova forma de venda.
Luís Graça explica que a contracepção oral de emergência apresenta «grande concentração de estrogéneos», que traz perigos para quem sofre de doença vascular. A venda em hipermercados é uma boa medida para medicamentos como a aspirina ou os antiácidos mas não para a pílula do dia seguinte, que «pode ter efeitos secundários graves».
Esta deve ser «uma excepção», afirma. António Marques da Costa, da Ordem dos Farmacêuticos (OF) concorda com esta posição e afirma que este é talvez «o exemplo mais paradigmático» da necessidade de se estabelecerem «medidas restritivas» da venda fora das farmácias. E diz ainda que se opõe a esta liberalização de venda, lembrando que os profissionais disponibilizam informações a quem adquire este medicamento.
Também o médico Walter Oswald considera que «os medicamentos de venda livre não são todos iguais e que uns acarretam maiores riscos», sendo necessária a discussão sobre esta matéria. Quanto à pílula do dia seguinte, afirma: «É inacreditável que possa ser vendida num supermercado».
Opinião contrária tem o professor da Faculdade de Medicina de Lisboa e obstectra Miguel Oliveira e Silva. «Não vejo qualquer inconveniente. Os medicamentos não vão ser vendidos ao pé dos iogurtes, mas sim numa dependência recatada e onde estará um técnico de farmácia», nota.Maria José Alves, coordenadora de consulta de mães adolescentes grávidas na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, diz que, independentemente do ponto de venda, o mais importante é explicar às mulheres e raparigas que a pílula do dia seguinte não deve ser usada como contraceptivo regular. «O efeito perverso do seu uso é resultado de má informação».O presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e Obstetrícia, Carlos Santos Jorge, acredita igualmente que a venda da pílula do dia seguinte em grandes superfícies não vai alterar a situação actual. «As jovens já a consomem como contracepção regular, quase de rotina, mesmo sendo vendida só em farmácias». Defende antes que a venda do medicamento seja acompanhada de uma explicação, por exemplo através de um folheto informativo.
Reparem numa coisa: Se ela já não necessita de receita médica, não é por se vender em supermercados que alguma coisa vai ser alterada. Qualquer mulher poderia chegar à farmácia e pedi-la, sem alguma restrição, julgo eu. De qualquer das maneiras, haverá sempre um "vendedor" nessas pseudo-farmácias de supermercado que deverá aconselhar quem as consome, por assim dizer. Pelo menos deveria.
Creio que aqui o que está em questão não é propriamente o aumento da utilização não-controlada deste medicamento, mas será, talvez, a utilizaçao não-controlada em si.
A diminuição da sua utilização e a sua utilização em casos excepcionais deverá passar por um maior esclarecimento, não só da mulher, como do casal, bem como a apresentação de alternativas mais saudáveis.
Isto porque não vejo como alternativa a necessidade de prescrição médica, demasiado morosa para uma situação que requer alguma urgência.
Cumprimentos
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6 comentários:
Fogo... Ao que chega o nosso país!!!
Venda livre da pílula do dia seguinte?! Assim jovens, que terão actos menos responsáveis, terão livre acesso ao método contraceptivo de emergência. Assim vai haver cada vez mais casos de relações sexuais nos jovens.
Por exemplo:
Um casal de adolescentes junta-se uma tarde na casa de um deles e o ambiente aquece. E mesmo não havendo nenhum método contraceptivo à mão eles podem decidir ter uma relação sexual. Pois podem, posteriormente, recorrer à pílula do dia seguinte sem nenhum problema. Não lembrando-se eles de que numa relação sexual não há só o risco de uma gravidez indesejada, mas também a possibilidade de contágio de alguma DST, o que a pílula do dia seguinte não resolve. Mesmo tendo a total confiança no parceiro relativamente à fidelidade pode ter havido contágio.
Não concordo! Porque hoje em dia há tanta informação que não há perdão para uma gravidez indesejada. O que pode ocorrer, mesmo sendo muito raro, é o método contraceptivo utilizado falhar (pois é por essa infeliz ou não razão que eu existo =)) e aí sim, recorrer ao método contraceptivo de emergência. Mas não num supermercado. Porque não numa farmácia??? Qual o problema???
No seguimento da noticia, em vez de ir ao supermercado buscar a pilula do dia seguinte, não se tem "tanta pressa" em realizar o acto sexual e recorre-se ao supermercado para comprar uma caixa de preservativos para o dia seguinte, ou até para o mesmo dia, e até tem mais uma vantagem... já fica com preservativos para uma próxima!!! =)
Acho muito bem que a pilula do dia seguinte, e até a pilula normal, seja vendida nos supremercados pois trata-se de um método contraceptivo que não precisa de receita médica. Outra razão para a minha opinião, é o facto de também os preservativos serem vendidos nos supermercados, logo a pilula ja devia estar a ser vendida lá há muito tempo.
Ana Rita, não é por passarem a estar à venda nos supermercados que algo vai mudar. Já existe a venda não receitada da pílula do dia seguinte nas farmácias. Quem quiser basta dirigir-se a uma farmácia e pode adquiri-la à vontade. Sem porquês.
Não encontro também problema algum no aumento de relações sexuais entre os jovens. Cada um sabe de si. E, mais uma vez, nada tem esse caso que ver com o assunto tratado.
Pensa bem nisso.
Cumprimentos
Ana mas se a pilula vais ser vendida no supermercado vai haver mais procura e acabará por não haver controle no seu consumo! isto era o que eu queria dizer...
as relações sexuais nos jovens, eu não quis dizer que não devia haver, cada um sabe de si, como tu disses-te. agora a irresponsabilidade em não se prevenirem é que vai crescer!
patricio: o uso do preservativo não tem efeitos secundarios, o uso da pilula do dia seguinte sim!!! usares todos os dias um preservativo ou mais não faz mal nenhum. usares a pilula do dia seguinte todos os dias é um caminho para a morgue!
=)
(paz, não me batam...)
Ana, não é a procura que aumenta, quando muito, a oferta.. Aí é que reside a diferença que talvez te faça confusão..
Deixemos que se façam estatísticas sobre o assunto e logo veremos..
Cumprimentos
alcunha
Eu acho melhor que se use o preservativo.
É mais barato.
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