terça-feira, 29 de abril de 2008

1974





Por falar em Abril, não referi neste blog a horas decentes o grande dia que foi a sexta feira. Porquê? Ora, porque estava sol, certamente!


Orgulho-me de ter sido sexta feira. Orgulho-me do fundo da minha costela bem portuguesa que tenho guardada dentro do meu ser céptico e crítico à nação. Sinto-me mais salgada, até.

O Abril dos Calados

Faz quase um mês que não escrevo no meu blog. Um mês!

Não será falta de tema, certamente.

Este período tem sido uma girândola de matéria de biologia. Ora estudamos enzimas, ora estamos a falar de conservantes, ora debatemos sobre o número de e's que um alimento poderá conter de forma a que não seja prejudicial ao ser humano, e quando damos por nós já estamos a misturar a matéria toda e a descobrir que a Natureza é fenomenal..

Temos tratado de tudo a um ritmo tão esfuziante que dou por mim sem um buraquinho no tempo para escrever aqui. Parece que o silêncio dos indigentes anda mais calado que nunca..

Para deixar os leitores um pouco mais esclarecidos sobre o que andarei a fazer para tão pouca atenção vos dar, ponho-vos ao corrente que, entre muitos outros, estou a trabalhar numa pesquisa sobre tratamento de resíduos sólidos, que deverá ser entregue dia 9 de Maio, com grande rigor e sem atrasos de qualquer índole.

Parece um tema muito "batido", não é? Não é novo, de facto. Porém, o mais interessante que se constata é precisamente o facto de sabermos tão pouco sobre algo que se fala, discute, debate, ouve, vê. Ou talvez o problema seja precisamente olhar quando pensamos que estamos a ver e ver apenas quando nos atiram o mundo, ou, neste caso, o lixo, para cima dos ombros. Deixando-me de filosofias, tenho vindo a descobrir factos deveras interessantes no que respeita a métodos de tratamento dos resíduos, mormente no que toca à compostagem, à qual dedicarei um artigo num futuro, espero, próximo.

Para além deste trabalho de casa, no que toca à biologia, tenho escrito uma quantidade tão exorbitante de relatórios que mais parece a aula de terça-feira um curso de literatura sob a forma de V.V.A.A do que a carficina que julguei que viesse a ser.

Não tomem este comentário como uma crítica. Não é. Tem lados positivos, a escrita de tantos relatórios. Não vou com as mãos sujas para casa. E pelo menos este ano devo conseguir acabar a carga de uma caneta no período de um ano.

terça-feira, 1 de abril de 2008



Picles é o processo de preservação de comida por fermentação anaeróbia em salmoura (água saturada em sal), produzindo ácido láctico, ou então embeber e armazenar numa solução ácida (normalmente ácido acético, também conhecido por vinagre). Por esta razão o picle tem normalmente um travo salgado ou bastante avinagrado.

O seu pH deve encontrar-se abaixo dos 4.6, de forma a ser suficiente para matar a maioria dos microorganismos presentes.

Muitas vezes adicionam-se substâncias antimicrobianas para garantir uma preservação mais eficaz. (A mostarda é uma delas)

Se o alimento a ser conservado contém sumo suficiente, pode-se preparar um picle simplesmente adicionando sal grosso. A ermentação láctica que se dará no local produzirá a acidez necessária.

Ao contrário dos produtos enlatados, os picles não requerem que os alimentos se encontrem completamente esterelizados antes de serem fechados. Definindo a salinidade da solução, a temperatura a que se dá a fermentação e a quantidade de oxigénio presente, é possível controlar que culturas bacterianas dominarão e, assim, o sabor final do produto. Assim, caso a salinidade e a temperatura sejam baixas, dominará a Leuconostoc mesenteroides, produzindo um misto de ácidos, álcool e compostos aromáticos. A temperaturas mais elevadas, domina a Lactobacillus plantarum, que produz ácido láctico, tornando a solução mais ácida.


Traduzido de:

Stress causa coágulos no sangue


Estava eu hoje muito calma na minha aula de pintura a falar sobre stress com o meu professor quando ele diz esta brilhante frase "Pois é, e que o stress causa coágulos no sangue". Se não foi assim, foi parecido. Ora, esta afirmação causou-me intriga muito grande, e uma grande vontade de pesquisar algo sobre o assunto que desmentisse essa "barbaridade".

Despois de pesquisar descobri que a barbaridade não é afinal barbaridade nenhuma. O stress aumenta, de facto, a coagulação sanguínea, justificando-se, assim, por que razão as doenças cardíacas incidem grandemente sobre pessoas cronicamente nervosas.

Deixo aqui o artigo que deitou por terra a minha dúvida:




Cientistas demonstram que a ansiedade aumenta a coagulação do sangue


Estudo ajuda a compreender a incidência de problemas cardíacos:: 2008-03-25

Afinal a expressão "sentir o sangue gelar nas veias" não é só uma figura de estilo para quando se está com medo.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Bona, na Alemanha, descobriu que episódios de ansiedade ou fobia aguda interferem com o estado normal da corrente sanguínea. Um estudo hoje divulgado demonstra que os indivíduos com desordens de ansiedade têm uma maior tendência para desenvolver coágulos no sangue. Segundo os investigadores, esta descoberta explica porque é que as estatísticas sugerem que 1 em cada 4 destes doentes morre devido a problemas cardíacos.

Todas as pessoas experimentam ansiedade – o medo de chumbar num teste, de entrar num quarto escuro, ou de forma geral, o sentimento de insegurança em relação ao futuro. Mas, explicam os investigadores, algumas pessoas são dominadas por medos paralisantes quando confrontadas com situações do dia-a-dia. Os sintomas podem ser dramáticos, adiantam. Palpitações, suores, tremores, cegueira ou desmaios, que podem até levar à morte, são alguns dos efeitos mais comuns das fobias.

De acordo com os responsáveis pelo estudo, trabalhos anteriores que sugeriam uma relação entre o stress e a ansiedade e o sistema de coagulação tinham por base inquéritos a doentes, pelo que não havia resultados conclusivos. Experiência com 31 indivíduos No estudo agora divulgado, os investigadores compararam indivíduos com diferentes formas de pânico ou fobia social com um grupo de controlo de pessoas saudáveis.

Para normalizar o melhor possível factores como a idade e o sexo, cada um dos 31 doentes correspondia a um indivíduo saudável com o mesmo perfil. A experiência consistiu em avaliar a coagulação do sangue durante um exercício passível de criar alguma ansiedade. Foi feita uma recolha de sangue inicial e depois os participantes fizeram uma série de testes num computador.

No final do exame foi feita uma segunda recolha de sangue. Segundo os investigadores, o resultado da análise das amostras foi claro e veio confirmar o que se pensava: Os doentes com problemas de ansiedade apresentaram níveis de coagulação muito mais elevados do que o grupo de controlo.

Os investigadores explicam: no sistema de coagulação há dois mecanismos que trabalham em direcções diferentes mas que se equilibram um ao outro. Por um lado a coagulação envolve o espessamento do sangue para que se forme uma espécie de tampa que impede a perda de sangue excessiva nos vasos danificados. Por outro lado há a fibrinólise, um processo que mantém o sangue fluido e destrói os coágulos.


Fibrinólise afectada

No caso dos doentes com problemas de ansiedade, adianta o estudo, há uma activação da coagulação do sangue mas a fibrinólise é inibida. Nestes casos, o sistema de coagulação do sangue entra em desequilíbrio e aumenta a tendência de coagulação, que pode ter consequências extremas como o bloqueio da artéria coronária. Segundo Franziska Geiser, coordenadora do estudo, esta investigação pode ter descoberto o elo que faltava para compreender porque é que estatisticamente os indivíduos com desordens de ansiedade apresentam um risco superior de morte por doença cardíaca. "Isto não significa que os doentes numa situação aguda de ansiedade devam estar preocupados com ter um ataque cardíaco. Os valores que medimos estavam dentro da escala, por isso não há nenhum perigo agravado", acrescenta a investigadora. O risco elevado vai depender de outros factores como fumar ou obesidade.



Retirado de :