Estava eu hoje muito calma na minha aula de pintura a falar sobre stress com o meu professor quando ele diz esta brilhante frase "Pois é, e que o stress causa coágulos no sangue". Se não foi assim, foi parecido. Ora, esta afirmação causou-me intriga muito grande, e uma grande vontade de pesquisar algo sobre o assunto que desmentisse essa "barbaridade".
Despois de pesquisar descobri que a barbaridade não é afinal barbaridade nenhuma. O stress aumenta, de facto, a coagulação sanguínea, justificando-se, assim, por que razão as doenças cardíacas incidem grandemente sobre pessoas cronicamente nervosas.
Deixo aqui o artigo que deitou por terra a minha dúvida:
Cientistas demonstram que a ansiedade aumenta a coagulação do sangue
Estudo ajuda a compreender a incidência de problemas cardíacos:: 2008-03-25
Afinal a expressão "sentir o sangue gelar nas veias" não é só uma figura de estilo para quando se está com medo.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Bona, na Alemanha, descobriu que episódios de ansiedade ou fobia aguda interferem com o estado normal da corrente sanguínea. Um estudo hoje divulgado demonstra que os indivíduos com desordens de ansiedade têm uma maior tendência para desenvolver coágulos no sangue. Segundo os investigadores, esta descoberta explica porque é que as estatísticas sugerem que 1 em cada 4 destes doentes morre devido a problemas cardíacos.
Todas as pessoas experimentam ansiedade – o medo de chumbar num teste, de entrar num quarto escuro, ou de forma geral, o sentimento de insegurança em relação ao futuro. Mas, explicam os investigadores, algumas pessoas são dominadas por medos paralisantes quando confrontadas com situações do dia-a-dia. Os sintomas podem ser dramáticos, adiantam. Palpitações, suores, tremores, cegueira ou desmaios, que podem até levar à morte, são alguns dos efeitos mais comuns das fobias.
De acordo com os responsáveis pelo estudo, trabalhos anteriores que sugeriam uma relação entre o stress e a ansiedade e o sistema de coagulação tinham por base inquéritos a doentes, pelo que não havia resultados conclusivos. Experiência com 31 indivíduos No estudo agora divulgado, os investigadores compararam indivíduos com diferentes formas de pânico ou fobia social com um grupo de controlo de pessoas saudáveis.
Para normalizar o melhor possível factores como a idade e o sexo, cada um dos 31 doentes correspondia a um indivíduo saudável com o mesmo perfil. A experiência consistiu em avaliar a coagulação do sangue durante um exercício passível de criar alguma ansiedade. Foi feita uma recolha de sangue inicial e depois os participantes fizeram uma série de testes num computador.
No final do exame foi feita uma segunda recolha de sangue. Segundo os investigadores, o resultado da análise das amostras foi claro e veio confirmar o que se pensava: Os doentes com problemas de ansiedade apresentaram níveis de coagulação muito mais elevados do que o grupo de controlo.
Os investigadores explicam: no sistema de coagulação há dois mecanismos que trabalham em direcções diferentes mas que se equilibram um ao outro. Por um lado a coagulação envolve o espessamento do sangue para que se forme uma espécie de tampa que impede a perda de sangue excessiva nos vasos danificados. Por outro lado há a fibrinólise, um processo que mantém o sangue fluido e destrói os coágulos.
Fibrinólise afectada
No caso dos doentes com problemas de ansiedade, adianta o estudo, há uma activação da coagulação do sangue mas a fibrinólise é inibida. Nestes casos, o sistema de coagulação do sangue entra em desequilíbrio e aumenta a tendência de coagulação, que pode ter consequências extremas como o bloqueio da artéria coronária. Segundo Franziska Geiser, coordenadora do estudo, esta investigação pode ter descoberto o elo que faltava para compreender porque é que estatisticamente os indivíduos com desordens de ansiedade apresentam um risco superior de morte por doença cardíaca. "Isto não significa que os doentes numa situação aguda de ansiedade devam estar preocupados com ter um ataque cardíaco. Os valores que medimos estavam dentro da escala, por isso não há nenhum perigo agravado", acrescenta a investigadora. O risco elevado vai depender de outros factores como fumar ou obesidade.
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